Após queda do Credit Suisse, regulador na Suíça defende mais rigor com bônus

Marlene Amstad, presidente da Finma, diz a jornal local que pagamentos deveriam ser mais atrelados ao desempenho do banco e aos riscos associados de longo prazo

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Bloomberg — A autoridade de supervisão financeira da Suíça deseja tornar os pagamentos de bônus dos banqueiros mais dependentes do desempenho da instituição em que trabalham e da capacidade de suportar riscos a longo prazo de seus empregadores.

Marlene Amstad, presidente da Autoridade dos Mercados Financeiros da Suíça (Finma), gostaria que a agência tivesse voz nos modelos de remuneração dos bancos, afirmou em uma entrevista ao Schweiz am Wochenende.

“O caso do Credit Suisse mostra que, por décadas, o banco teve prejuízos e, ao mesmo tempo, pagou altos bônus”, disse ela. “Portanto, precisamos de uma base legal melhor para que a Finma possa intervir mais cedo e de maneira mais sistemática.”

Em 2022, a Finma apresentou um pedido ao Secretariado de Assuntos Financeiros Internacionais do Estado da Suíça, solicitando que obstáculos para retirar a garantia de um banqueiro ou pessoa responsável fossem removidos. Antes que ocorra uma violação da lei de supervisão, o banco deve registrar por escrito quem é responsável por cada área.

“Isso não apenas reduz o tempo e o esforço necessários para fornecer evidências e responsabilizar os chefes após um acidente mas também tem um efeito preventivo”, disse Amstad. Ela também afirmou que o órgão regulador deveria comunicar de maneira mais agressiva e mais cedo no futuro.

O Credit Suisse acabou adquirido pelo rival de longa data UBS em uma operação orquestrada pelo governo da Suíça com o objetivo de evitar uma crise maior no sistema financeiro do país.

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