Abu Dhabi vive rotina de Davos, com gestores de ativos em busca de dinheiro

Centro financeiro da cidade dos Emirados Árabes tornou-se hub global; gestores de ativos alternativos estão aumentando o tamanho de seus fundos para atender aos investidores na região

Prédios em Abu Dhabi
Por Layan Odeh
20 de Dezembro, 2023 | 03:54 PM

Bloomberg — Alguns dos principais gestores de ativos alternativos do mundo têm buscado ativamente recursos no Oriente Médio, e não estão limitando seus esforços apenas a fundos soberanos, de acordo com um executivo de um family office da região.

Vários desses gestores ampliaram o escopo de potenciais investidores para incluir family offices, afirmou Amine Bouchentouf, diretor de investimentos da Atlas Holdings, um escritório com sede em Abu Dhabi que investe em ativos globais alternativos.

“Há dez anos, costumávamos encontrar um bom gestor a cada quatro semanas”, disse Bouchentouf em uma entrevista. “Agora, encontramos quatro excelentes gestores quase diariamente. Está se tornando como um encontro de Davos diário.”

Entre os gestores estão bilionários como Nelson Peltz da Trian Fund Management, Alan Howard, fundador da Brevan Howard Asset Management, Alan Schwartz, da Guggenheim Capital, e Chris Hohn, da TCI Fund, segundo Bouchentouf.

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Guggenheim e Brevan Howard não quiseram comentar. Trian e TCI não responderam aos pedidos de comentários.

Alguns gestores de ativos alternativos estão aumentando o tamanho de seus fundos para atender aos investidores na região, que precisam desembolsar quantias maiores para que seus investimentos tenham impacto, disse Bouchentouf, cujo escritório foi aberto em Abu Dhabi em 2009.

Os fundos soberanos de Abu Dhabi supervisionam cerca de US$ 1,5 trilhão, e a região continua a atrair dinheiro internacional. Investidores como Howard, Ray Dalio, fundador da Bridgewater Associates, e o bilionário egípcio Nassef Sawiris mudaram seus family offices ou estabeleceram postos avançados na zona financeira internacional do emirado, uma jurisdição distinta do sistema legal em terra nos Emirados Árabes Unidos, com leis próprias.

O centro financeiro da cidade tornou-se um hub global porque é um “mercado confiável” que fornece capital de longo prazo suficiente, disse Bouchentouf, chamando-o de “transformador para seus negócios”.

A Atlas comprometeu capital à empresa de investimentos brasileira Gavea Investimentos nos últimos anos e tem apoiado a marca de café envasado Super Coffee nos Estados Unidos por cerca de cinco anos em várias rodadas de financiamento, segundo Bouchentouf, que se recusou a divulgar o patrimônio sob gestão da Atlas.

Entre outros negócios em que a Atlas participou ao longo dos anos está a aquisição da EMC, controladora da VMware, por Michael Dell em 2016, liderada pela MSD Capital e Silver Lake Management.

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