JPMorgan: mercado especula sobre sucessão de Jamie Dimon no comando

Discussões sobre mudança futura no topo do maior banco dos EUA paira sobre a indústria, que questiona quem assumirá a responsabilidade por um balanço de US$ 3,9 trilhões

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Bloomberg — Já transcorrido o equivalente a metade do tempo de incentivo especial de Jamie Dimon para permanecer mais cinco anos no comando do JPMorgan (JPM), especialistas preveem mais mudanças na liderança sênior para ajudar os potenciais sucessores a ganhar experiência.

Em 2021, uma mudança de gestão colocou duas vices talentosas – Jennifer Piepszak e Marianne Lake – no centro das atenções enquanto o conselho se preparava para conceder a Dimon um bônus se ele permanecesse como CEO por mais cinco anos.

Sem uma certeza sobre qual delas será a nova líder, colegas dizem que as duas co-diretoras precisariam assumir novas funções antes que uma esteja pronta para comandar a instituição financeira.

Ao mesmo tempo, Piepszak mostrou reticência no passado em assumir a liderança, enquanto Lake pelo menos sondou oportunidades em outros lugares, disseram pessoas a par do assunto, que não quiseram ser identificadas. E Dimon não dá sinais de que vê seu pacote de retenção como o fim da carreira.

Esse é o burburinho sobre a sucessão no topo do maior banco dos Estados Unidos, em que a vida sob Dimon, de 67 anos, é mais lucrativa do que nunca, e a vida depois dele é igualmente nebulosa.

A questão de quem poderá administrar o banco paira sobre a indústria, que questiona quem ocupará sua posição e assumirá a responsabilidade por um balanço de US$ 3,9 trilhões.

O limbo no JPMorgan se compara ao nítido planejamento de sucessão deste ano no Morgan Stanley (MS), em que seu líder, James Gorman, 65, anunciou que está pronto para a transição de entrega do cargo.

Nos meses seguintes, Gorman e o conselho analisaram uma lista de candidatos viáveis, fizeram sua escolha e convenceram os outros a permanecerem – estabelecendo uma transição excepcionalmente tranquila para 1º de janeiro de 2024.

Uma diferença importante é que Gorman disse estar ansioso para tentar algo novo. A paixão de Dimon é supervisionar o gigante que ele ajudou a criar.

Este relato da situação no JPMorgan se baseia em entrevistas com mais de 12 executivos atuais e antigos e outras pessoas próximas da liderança da empresa.

Embora um porta-voz do JPMorgan não tenha comentado, o banco ofereceu repetidamente garantias de que seu planejamento de sucessão é sólido e atualizado de forma consistente. Como o próprio Dimon disse a investidores neste ano: “O conselho está muito confortável com o fato de termos realmente as melhores escolhas aqui”.

O JPMorgan já estabeleceu que o presidente Daniel Pinto, 60, está pronto para assumir o cargo em caso de emergência ou transferência acelerada. Ele co-liderou a empresa em 2020, quando Dimon fez uma cirurgia do coração.

A grande questão é qual pessoa da próxima geração o banco poderá escolher para uma transição organizada e um mandato longo.

É por isso que a maioria dos olhares está voltada para Lake, 54 anos, e Piepszak, 53. Fontes dizem que outros candidatos também podem entrar na disputa – como Troy Rohrbaugh e Marc Badrichani, que co-lideram mercados e serviços de valores mobiliários; o chefe de pagamentos, Takis Georgakopoulos; e o diretor de estratégia e crescimento, Sanoke Viswanathan.

A sucessão é um grande desafio para Dimon e coloca seu legado em jogo. O executivo está à frente do JPMorgan há 18 anos, tendo expandido o banco durante a crise financeira de 2008 e depois adaptando-o a uma era de regulamentação mais rigorosa e de banco digital.

Dimon saiu na frente novamente durante a turbulência deste ano no setor bancário regional, por meio da compra do First Republic para reforçar a presença do JPMorgan no Vale do Silício.

Embora o histórico de Dimon possa dar ao próximo CEO uma base estável, também levanta questões sobre quem mais está à altura da tarefa.

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