Economia incerta leva à queda de apoio de millennials e da Geração Z a temas ESG

Menos da metade dos investidores com 41 anos de idade ou menos afirmaram estar ‘muito preocupados’ com questões ambientais neste ano, versus 70% em 2022, segundo nova pesquisa

La contribución de los bancos a la transición energética será objeto de un intenso debate en Dubai.
Por Jeff Green
16 de Dezembro, 2023 | 09:02 AM

Bloomberg — O apoio aos princípios ESG (ambientais, sociais e de governança) despencou entre os investidores da Geração Y e Geração Z, geralmente os maiores defensores de tais questões, à medida que uma perspectiva financeira mais turbulenta diminuiu o entusiasmo, de acordo com uma nova pesquisa da Universidade Stanford e da Hoover Institution.

Menos da metade dos investidores da Geração Y e da Geração Z, ou seja, aqueles com 41 anos ou menos, afirmaram estar “muito preocupados” com questões ambientais neste ano, em comparação com 70% em 2022.

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O mesmo grupo agora está muito menos disposto a renunciar aos retornos de mercado para atender a seus ideais, de acordo com a pesquisa de cerca de 1.000 investidores conduzida neste outono no hemisfério norte.

O aumento nos custos de empréstimos contribuiu para uma queda de US$ 30 bilhões nos preços de ações de energia limpa dos EUA nos últimos seis meses. Essas empresas eram vistas como propensas a prosperar com a aprovação da Lei de Redução da Inflação, que promete bilhões de dólares para a transição dos Estados Unidos para a energia limpa.

“Este último ano foi meio que um teste real”, disse Amit Seru, um dos autores do estudo e professor da Stanford Graduate School of Business e membro do grupo de trabalho sobre governança corporativa da Hoover Institution. “Quando as taxas de juros sobem, a inflação dispara e as pessoas certamente lidam com a realidade.”

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Há alguns anos, investidores da Geração Y e da Geração Z eram descritos por consultores como impulsionadores-chave do boom nos investimentos ESG devido às suas preocupações com as mudanças climáticas, bem como as desigualdades de gênero e raciais.

Investidores considerados conservadores lideraram as críticas contra o ESG, chamando-a de “capitalismo consciente” mais focado em preocupações sociais do que em gerar lucros.

Não está claro se a diminuição do apoio é passageira ou duradoura, disse Seru. A mudança coloca os investidores mais jovens mais alinhados com os mais velhos, aqueles com mais de 58 anos, que continuaram a expressar muito pouca preocupação com temas ESG, de acordo com a pesquisa.

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“Você é inerentemente mais liberal quando está saindo da faculdade”, disse David Larcker, outro autor do estudo e professor na Stanford Graduate School of Business. “De repente, as contas cheganm e você meio que pensa: ‘Sim, somos a favor disso, mas não vamos desistir de tudo para impulsionar isso para a frente’”.

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