Bloomberg — A China condenou à prisão perpétua um ex-executivo do Banco da China, repatriado dos Estados Unidos há dois anos, por um dos maiores casos de fraude bancária da nação asiática.
Xu Guojun, ex-chefe de uma filial local do Banco da China, foi condenado na quarta-feira (13) por um tribunal na província do sul de Guangdong, de acordo com um comunicado oficial.
Ele foi considerado culpado de desvio e apropriação de mais de 2,3 bilhões de yuan (US$ 322 milhões) em fundos há mais de 20 anos, com a ajuda de cúmplices.
Xu e outros dois ex-funcionários do banco se aproveitaram de brechas na instituição e concederam empréstimos fraudulentos, de acordo com declarações do mais alto tribunal da China na quarta-feira. Xu afirmou que aceitou a sentença e não vai recorrer.
Os cúmplices de Xu foram condenados a penas de 12 e 13 anos em 2006 e 2021, após serem repatriados para a China. O valor total envolvido no caso foi anteriormente estimado em US$ 485 milhões.
Repressão ao setor financeiro
A sentença ocorre em meio ao crescente número de altos executivos do setor bancário que são alvo de uma repressão de dois anos da China para combater a corrupção na indústria financeira. A iniciativa já derrubou mais de 100 autoridades e executivos somente este ano.
O presidente Xi Jinping afirma que tem fortalecido o controle sobre o setor para instalar um liderança mais “centralizada e unificada” e reprimir os estilos de vida “hedonistas” dos banqueiros.
As autoridades também têm priorizado a estabilidade financeira enquanto buscam revitalizar a economia sem gerar riscos não intencionais.
O caso do Banco da China causou alvoroço duas décadas atrás devido à grande quantia de dinheiro envolvida e foi amplamente visto na nação asiática como um exemplo clássico de corrupção no sistema bancário estatal. Mais de 2 bilhões de yuan do dinheiro desviado foram recuperados, afirmou o governo em 2021.
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