Wall St luta para monitorar comunicação por apps, mesmo após multas de US$ 2 bi

Reguladores dos EUA têm pressionado mercado a monitorar mensagens trocadas por funcionários em apps, como o WhatsApp, mas levantamento mostra que setor tem dificuldades

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Bloomberg — Wall Street continua a ter dificuldades para rastrear as diversas maneiras pelas quais os banqueiros se comunicam entre si, mesmo após desembolsar mais de US$ 2 bilhões em multas pelo uso de serviços de mensagens não autorizadas, como WhatsApp.

As informações são de acordo com a empresa de tecnologia Global Relay, que afirma trabalhar em estreita colaboração com bancos, incluindo o Goldman Sachs Group (GS), Morgan Stanley (MS) e UBS Group (UBS).

A empresa descobriu que dois terços das instituições financeiras não capturam dados de comunicação do LinkedIn de seus funcionários e apenas 3% conseguiram monitorar o uso da plataforma Zoom pela equipe.

O LinkedIn “não é o tipo de plataforma que se esperaria estar no radar regulatório, mas acho que estará”, afirmou Alex Viall, diretor de estratégia da Global Relay, em uma entrevista por telefone. “É muito prevalente e muito confiável, e acredito que muitas equipes de compliance não esperariam por isso.”

O relatório é baseado em dados coletados pela Global Relay de mais de 10.000 bancos, corretoras, gestores de fundos e outras empresas de serviços financeiros regulamentadas. As empresas financeiras são obrigadas a monitorar de perto as comunicações a fim de limitar qualquer conduta imprópria.

Esse sistema tem sido desafiado pela proliferação de aplicativos de mensagens, mas foi ainda mais prejudicado durante a pandemia, quando muitos funcionários foram obrigados a trabalhar em casa por meses.

“O LinkedIn parece ser um próximo foco provável”, disse Rob Mason, diretor de inteligência regulatória da Global Relay, em um comunicado.

“Algumas empresas estão à frente do jogo e já estão capturando as comunicações — elas claramente aprenderam com escândalos passados — mas a maioria precisa repensar sua abordagem antes que seja tarde demais.”

No ano passado, reguladores dos Estados Unidos chegaram a acordos com uma dúzia de bancos em uma ampla investigação sobre como as instituições financeiras globais falharam em monitorar as comunicações dos funcionários, totalizando mais de US$ 2 bilhões em penalidades na época.

Desde então, grandes fundos de hedge foram solicitados por reguladores a revisar os telefones celulares pessoais dos funcionários como parte da investigação em expansão.

Em setembro, um novo grupo de empresas de Wall Street, incluindo grandes corretoras, concordou em pagar dezenas de milhões de dólares aos reguladores dos EUA sobre o assunto.

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