Bloomberg — Por meses, os bancos têm disputado para atrair os melhores talentos de inteligência artificial (IA) para os seus quadros de funcionários, e o Goldman Sachs (GS) tem estado em desvantagem nessa disputa
O gigante de Wall Street viu uma saída líquida de 60 pessoas para concorrentes como Morgan Stanley (MS) e Citigroup (C) nos 12 meses até setembro, a maior perda entre seus maiores rivais, de acordo com dados compilados pela consultoria Evident.
O Bank of America (BAC), que perdeu 55 funcionários, sofreu o segundo maior êxodo, enquanto o Wells Fargo teve o maior aumento líquido com 130 pessoas.
“Não se trata apenas de contratar pessoas mas de nutri-las e retê-las”, disse Alexandra Mousavizadeh, CEO da Evident, em uma entrevista. “Eles têm muitos outros lugares para ir.”
Embora as saídas representem uma pequena quantidade dos milhares de funcionários de IA empregados em bancos, os dados fornecem uma visão de quão intensamente competitivo se tornou o cenário para os talentos de IA. Funcionários com funções de dados, análise e inteligência artificial podem estar entre os mais bem pagos em qualquer empresa.
A remuneração média, que inclui participação anual nas ações da empresa, para funcionários em tais funções nos Estados Unidos foi de US$ 901.000 no ano passado (o equivalente a cerca de US$ 75.000 por mês), enquanto os funcionários na Europa com tal experiência levaram para casa US$ 676.000, de acordo com um relatório da empresa de recrutamento Heidrick & Struggles.
Para sua análise, a Evident examinou funções no desenvolvimento de IA, gestão de risco de modelos, engenharia de dados e desenvolvimento de software. Os dados não capturam a contratação de talentos de IA pelos bancos de universidades e consultorias.
O Goldman Sachs, por exemplo, perdeu 106 funcionários para concorrentes. Isso, contudo, é apenas uma pequena fração dos quase 46.000 funcionários que o banco tem globalmente. Certamente, o banco tem contratado e feito investimentos na busca para atrair os principais talentos de IA.
No início deste ano, Bing Xiang juntou-se ao Goldman vindo da Amazon (AMZN) como diretor e chefe de pesquisa de IA dentro da engenharia do banco. Representantes do Goldman Sachs e dos outros bancos se recusaram a comentar.
Os maiores bancos do mundo começaram lentamente a experimentar mais com inteligência artificial nos últimos meses, impulsionados pela promessa de que ela os ajudará a aumentar a produtividade dos funcionários e reduzir custos.
O Citigroup, por exemplo, planeja equipar seus 40.000 desenvolvedores com a capacidade de experimentar diferentes tecnologias de IA até o final do primeiro trimestre.
O banco contratou 189 funcionários focados em IA nos últimos meses, mas também perdeu outros 196 para concorrentes nesse período, mostraram os dados da Evident.
O JPMorgan (JPM) tem milhares de vagas abertas relacionadas à inteligência artificial, e o CEO Jamie Dimon disse acreditar que a tecnologia permitirá que os empregadores reduzam a semana de trabalho para apenas 3,5 dias.
A empresa manteve neste ano sua posição de liderança no índice Evident AI, que classifica os bancos com base em sua maturidade em inteligência artificial.
Nos últimos meses, o JPMorgan perdeu 224 funcionários focados em IA, mas adicionou 325 no mesmo período – um dos maiores aumentos líquidos de talentos entre os pares, segundo os dados da Evident.
“Estamos orgulhosos de que nosso talento, insights e soluções de IA foram mais uma vez reconhecidos”, disse Teresa Heitsenrether, diretora de dados e análises do JPMorgan, em um comunicado neste mês. “Estamos comprometidos em continuar investindo nessas capacidades.”
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