Alta renda lidera a expansão de investimentos no Brasil, que somam R$ 5,5 trilhões

Enquanto os investimentos de varejo como um todo cresceram 8,7% nos primeiros nove meses do ano, o segmento de alto poder aquisitivo subiu 12,3%, segundo a Anbima

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Bloomberg — Os brasileiros tinham um volume recorde de R$ 5,5 trilhões em investimentos financeiros no país ao final do terceiro trimestre, com crescimento maior no segmento de varejo para clientes de alta renda.

No varejo como um todo, cerca de R$ 3,5 trilhões estavam aplicados em mais de 148 milhões de contas, enquanto o private banking tinha R$ 2 trilhões sob gestão em 155.300 contas, segundo relatório da Anbima.

Os investimentos totais de clientes de varejo de alta renda aumentaram 12,3% nos primeiros nove meses do ano, em relação ao final de 2022, segundo Luciane Effting, vice-presidente de distribuição de investimentos da Anbima.

O segmento de private banking cresceu 8,5% no período, e o varejo tradicional teve expansão de 8,7%. Embora não haja um teto para o varejo de alta renda, o private banking no Brasil geralmente está disponível para quem tem cerca de R$ 3 milhões ou mais, disse ela.

Os números corroboram a decisão de mais de 30 empresas de começarem a oferecer serviços independentes de gestão de patrimônio no primeiro semestre do ano, com assessoria em alocações de investimentos, bem como planejamento fiscal e sucessório. O crescimento ocorreu em um momento em que a onda de novos fundos multimercado estagnou em um ambiente de juros elevadas.

“Você pode observar novas casas, novos distribuidores, olhando para segmentos de alta renda, que é onde tem consumo de investimentos mais expressivos e margens mais expressivas”, disse Effting. “É um nicho já bastante estabelecido e esse segmento de alta renda, que era até então focado por grandes bancos, agora a gente vê vários players atuando também nesse segmento.”

Em geral, os brasileiros cada vez mais optam por aplicar seu dinheiro em produtos isentos de impostos, como títulos e fundos de crédito agrícola ou imobiliário, segundo o relatório. Esse segmento cresceu 28% no período.

Os recursos aplicados tanto em Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) quanto em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) expandiram mais de 37% nos primeiros nove meses do ano, mostram os dados.

“É um produto que reúne rentabilidade, segurança e liquidez”, disse Effting. “Em um momento de juros altos, esse produto acaba se destacando bastante.”

Em termos regionais, o Centro-Oeste foi o que mais teve crescimento de investimentos nos nove primeiros meses do ano, de 12,4%, seguido pelo Nordeste, com 10,2%. Mas o Sudeste tem a maior fatia, com R$ 3,7 trilhões do total.

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