Bloomberg — A Galapagos Capital, dirigida por ex-sócios do BTG Pactual (BPAC11), está planejando levantar um fundo para investir US$ 2 bilhões em imóveis nos Estados Unidos nos próximos três a quatro anos.
A empresa de investimento, que tem cerca de R$ 20 bilhões sob gestão, contratou em junho o veterano do setor imobiliário Rodrigo Machado, ex-Grupo Leste, junto com uma equipe de cinco pessoas. No ano passado, trouxe o ex-BTG Eduardo Romero, em Chicago.
“Investimos em um time de especialistas para estarmos preparados para aproveitar esta oportunidade quando ela surgir”, disse Bruno Carvalho, sócio e responsável pelos negócios internacionais da Galapagos, em entrevista à Bloomberg News.
“Grande parte do movimento de aumento das taxas de juros do Fed já aconteceu e, em algum momento, isso irá parar, ajudando a elevar os preços dos imóveis.”
Machado mudou-se para os EUA há cerca de oito anos com o plano de proporcionar aos clientes brasileiros acesso ao mercado americano. Ele disse que foi o responsável pela criação do primeiro fundo imobiliário do Brasil, na década de 1990, e tem mais de 30 anos de experiência no setor.
Ele esteve no pioneiro Brazilian Finance & Real Estate Group por quase 12 anos, quando cuidou de mais de R$ 8 bilhões nesse tipo de fundo no país.
“Num futuro muito próximo, serão criadas condições muito boas para os investidores que queiram alocar capital no mercado imobiliário norte-americano e a nossa equipe, que trabalha em conjunto há anos, tem a experiência para encontrar essas oportunidades”, disse Machado.
A ideia é investir principalmente em capital, mas o fundo está aberto a crédito ou estruturas híbridas quando elas se tornarem atraentes, disse ele.
Flórida, Texas, Geórgia, Tennessee e Carolina do Sul e do Norte são estados atraentes, disse Machado, “pois foram os que mais se beneficiaram de um fluxo migratório nos últimos anos, e as empresas também se mudaram para lá, gerando muita riqueza”.
A Galapagos vê os conjuntos habitacionais para aluguel como “promissores por vários motivos, incluindo o nível de dívida que vence no próximo ano”, disse Machado. Isso significa que os proprietários terão de se refinanciar, “e isso provavelmente trará oportunidades”.
Prédios de consultórios médicos e de clínicas de saúde e recuperação também são atraentes em algumas cidades, uma vez que se espera que a procura cresça à medida que a população dos EUA envelhece, disse ele.
Outros exemplos da estratégia de investimento do fundo incluem a construção sob demanda de lojas personalizadas para farmácias e redes de fast-food ou supermercados com baixo risco de crédito. O plano é vender esses imóveis quando a construção estiver concluída.
O fundo, voltado tanto para investidores de varejo quanto institucionais, não tem pressa para investir, disse Carvalho, que é ex-sócio do BTG. Ele disse que os sócios da Galapagos também vão investir no fundo.
Portfólio em expansão
Carlos Fonseca, ex-responsável pela área de private equity do BTG, fundou a Galapagos em 2019, e desde então a empresa se expandiu por meio de crescimento orgânico e de várias aquisições.
Recentemente, comprou a gestora de fortunas Taler e contratou executivos da Mandatto, que administra ativos de famílias ricas. A Galapagos comprou a boutique de assessoria em fusões e aquisições Cypress no início deste ano e comprou a Ativa Wealth Management em 2020. Em outubro, adquiriu a gestora de ativos Frontier Capital.
A Galapagos também oferece serviços de banco de investimento e está se mudando para outro escritório em São Paulo para reunir todos os seus 312 funcionários, inclusive os das empresas adquiridas.
A empresa possui uma gestora, uma firma de agente autônomo de investimento e uma gestora de fortunas em Miami, onde Carvalho e Machado ficam baseados. Também possui um escritório na Suíça.
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