A associação entre automação e inteligência artificial (IA) na indústria brasileira está modificando significativamente a eficiência operacional e a escalabilidade, enquanto também contribui para a otimização do tempo e de recursos. Por isso, na quarta-feira, 18 de outubro, a Red Hat reuniu especialistas em tecnologia para o Summit: Connect 2023, realizado no Teatro B32, em São Paulo.
O evento faz parte de uma série de encontros realizados globalmente, que conta com seis instâncias na América Latina, e busca compartilhar o que a Red Hat está desenvolvendo a partir da nuvem híbrida aberta, além das novidades do seu portfólio de soluções voltadas para a eficiência nos negócios.
“Na última década vimos um avanço no tema da transformação digital junto à jornada de nuvem”, foi assim que o diretor sênior de tecnologia da empresa, Thiago Araki, apresentou as demandas de tecnologia e inovação da região e as novidades que a Red Hat preparou para supri-las. “Escuto dos nossos clientes que eles desejam eficiência em suas operações, e ninguém quer sair nas capas dos jornais por problemas de segurança da informação. Como acelerar a inovação, promovendo mais diferenciação e melhorias no serviço? Temos as respostas.”
Colaboração é a chave do sucesso
A abertura do evento ficou aos cuidados do vice-presidente de serviços LATAM, Alexandre Duarte, e da diretora sênior de Alianças e Canais para a América Latina, Sandra Vaz. A dupla introduziu o debate sobre as novidades em soluções tecnológicas para as empresas. Para fazer a inovação acontecer também é preciso investir em capital humano. Por isso, ressaltaram o quanto é importante a simplificação de processos e a valorização do senso de pertencimento. “O sonho de toda empresa é ter disponibilidade para focar o seu time no negócio, assim agregamos valor e todos crescem juntos”, disse Sandra.
Já Duarte reconheceu que “as práticas culturais que criam senso de pertencimento, quando conectadas ao conhecimento técnico, precisam ser valorizadas”. Para ele, a simplificação de processos também abre espaço para a valorização da cultura colaborativa, que precisa ser construída de maneira diversa, respeitando as diferenças. Assim, é possível reduzir barreiras para a adoção de novas tecnologias.
“Não é fácil construir uma cultura colaborativa onde a diversidade é respeitada e onde todas as diferenças são acolhidas. Nós colaboramos o tempo inteiro, construímos juntos e isso nos torna mais conectados com os nossos parceiros”, afirmou o VP de Serviços. “Colaboração é a chave do sucesso”, completou Sandra Vaz, “quando colaboramos não arriscamos sozinhos”, concluiu.
Parte do investimento em colaboração só é possível com a utilização do open source – ou código aberto – que pode ser utilizado por todos, sem restrições. “A Red Hat atua como um catalisador na comunidade de clientes, parceiros e colaboradores, trazendo o poder do open source para as empresas”, reconhece Thiago Araki. “Somos uma empresa 100% open source e a demanda por esse tipo de tecnologia está crescendo muito no Brasil. No início, muitas empresas tinham receio na utilização do open source empresarial. Se perguntavam ‘é seguro?’, e sim, aos poucos consolidamos o open source e isso fez com que a Red Hat se diferenciasse muito no mercado. Todo o setor público e industrial hoje demanda essas tecnologias e isso alavanca a nossa empresa.”
Tecnologia para inovar e garantir diferenciação digital
Para a Red Hat, entre os principais benefícios que a nuvem híbrida oferece estão o desenvolvimento de aplicativos com mais rapidez, a projeção de uma base estável e focada na segurança para gerenciamento, e a automatização das entregas numa velocidade em que se torna possível colocar a transformação digital em prática, adotando novos modelos em tempo real.
A empresa demonstrou que, a partir dos fundamentos do código aberto, é possível oferecer aos clientes a possibilidade de conectar, em uma única plataforma, todas as soluções que forem necessárias até atingir o patamar perfeito para a inovação. “A Red Hat tem uma base de engenheiros muito grande no Brasil. Essa base é diferenciada principalmente pela criatividade”, comenta Araki. “A capacidade de encontrar soluções é muito importante e o Brasil é referência nisso para o mundo inteiro. Em um único país temos backgrounds diferentes e conseguimos transformar essas perspectivas variadas de uma maneira muito inovadora.”
Para o diretor sênior de tecnologia, a capacidade de inovação dos engenheiros brasileiros ganha ainda mais destaque na demanda por inovação. “A busca por automação e eficiência está se destacando no mercado: as empresas querem mais com menos. Todo mundo busca IA, mas ela não existe sem capacidade de armazenamento. A Red Hat desenvolveu maneiras de fazer com que a inteligência artificial possa ser utilizada de maneira ética e que em tempo real ela possa ser repensada e evoluída, já que temos uma excelente base de plataforma.”
Inteligência artificial para valorizar o capital humano
De acordo com Gabriel Sampaio, especialista em desenvolvimento de software e designer, “a IA traz uma nova disrupção ao mercado”. Até 2027, a automação alimentada por IA irá reduzir a necessidade de intervenção manual e melhorar os objetivos de nível de serviço para desempenho, custo e segurança em 70%.
Quando um colaborador exerce uma atividade extremamente mecanizada e repetitiva, essa tomada de decisão inibe a criatividade, e o capital humano é desvalorizado. “76% das organizações afirmam que a carga cognitiva ainda é muito alta”, explica Araki. “Queremos que os humanos foquem no que é bom, não em tarefas repetitivas, mas em criatividade”, comenta o diretor. “Neste momento, com a combinação entre automação e IA, pretendemos liberar tempo das pessoas para focar naquilo que importa. Há muito que ainda não pode ser delegado às inteligências artificiais.”
Contudo, para investir em automação é preciso primeiro investir em conhecimentos e em ferramentas. “Não é tão simples”, confirma o especialista em automação, Allan Roque. “Além de automatizar, precisamos manter essa automatização ao longo do tempo.”
Para Araki e Roque, uma das principais dificuldades das empresas na adoção de boas práticas de automação é encontrar profissionais capacitados. “Sabendo disso, a Red Hat posicionou a automação atacando dois pontos: a rápida adoção dessas práticas e tecnologias e a vazão do dia a dia”, explica o diretor.
Uma das parcerias que torna possível a integração foi firmada com a International Business Machines Corporation (IBM), representada no Summit pela diretora de Data, AI e Automation, Marcela Vairo. Juntas, as empresas anunciaram o Ansible Lightspeed com IBM Watson Code Assistant – um novo serviço generativo de IA para automação.
As duas plataformas, quando atuam juntas, colocam em prática a geração de códigos por IA com a capacidade de manter um processo automatizado. Assim, a IA é capaz de retroalimentar o processo, testando variáveis e, rapidamente, tomando decisões para aprimoramento das entregas, sem muita interferência humana. “Muitas empresas esbarram no desafio do desenvolvimento de modelos automatizados. Aqui estamos proporcionando a utilização de diversos modelos de IA generativos e a possibilidade de gestão desses modelos”, explica Marcela.

Parcerias de sucesso
Diretora de Services Practices para a América Latina, Andrea Cavallari foi a responsável por receber clientes da Red Hat e ouvir as suas experiências com os softwares desenvolvidos pela empresa. Um dos convidados foi o gerente sênior de Tecnologia da VR, Cesar Soares. A parceria entre as duas empresas ocorreu com a mediação da Amazon Web Services (AWS), representada pelo head de Vendas Enterprise, Eduardo Almeida.
Para Soares, a parceria com a Red Hat se tornou indispensável a partir de 2014. “Sentimos uma necessidade enorme de agilizar os produtos numa plataforma segura e estável. Adotamos o Red Hat OpenShift e tudo evoluiu bastante de lá pra cá”, explicou o gerente sobre o desafio de transformar a empresa digitalmente num momento em que eles estavam optando pelo desenvolvimento de novos produtos. “Escolhemos o OpenShift porque confiamos na Red Hat e no nosso relacionamento de longa data. O principal benefício é a gestão de escalabilidade e a gestão financeira. Isso facilita muito.”
O relacionamento de longa data também já existia com a AWS e as duas empresas, a partir de então, trabalharam juntas para aumentar a capacidade de gestão tecnológica da VR. Segundo Soares, cerca de 2,5 milhões de clientes utilizam o sistema da companhia para autenticação do ponto eletrônico no Brasil. “Com esta parceria, sabemos que podemos aumentar a capacidade para 4 milhões”, continua o gerente. “A tecnologia por si só não faz a diferença, mas é o trabalho das pessoas, das equipes. Não é sorte, são muitos fatores. Os protocolos são definidos por equipes altamente integradas e competentes. Esses mais de 30 anos da Red Hat são determinantes para que a nossa parceria continue dando certo”, comemora Almeida, da AWS.
Já o Bradesco optou por expandir sua utilização de nuvem híbrida, automação e IA em 2017 com o projeto “TI híbrida”. Em parceria com a Microsoft e a Red Hat, a empresa colocou o banco Next, completamente digital, em prática. Para isso, foi preciso melhorar toda a estrutura de cloud. “Eles se tornarem multi-cloud naquele momento foi um desafio”, comentou o vice-presidente de Serviços Financeiros da Microsoft no Brasil, Julio Gomes. “Hoje, são mais de 3.500 deployments e os serviços estão sendo migrados para o Microsoft Azure Red Hat OpenShift. Essa facilidade de ter um ambiente que possa ser usado em todos os provedores e ainda desenvolver uma arquitetura alavanca a utilização de outros produtos”, explicou o gerente de Infraestrutura do banco, Eliel Duenha.
Além da implementação dos sistemas, a Red Hat ficou responsável pelo treinamento do time do Bradesco e pela adequação dos profissionais de TI. “Isso é fundamental para garantir que todos os profissionais falem a mesma língua quando estiverem endereçando soluções em nuvem. Foi ali que começamos a ver o quanto a infraestrutura reduz o tempo necessário para colocar um aplicativo na rua. Você melhora a experiência do cliente, mas também melhora a experiência do colaborador dentro de casa”, explicou Duenha.
Impressões
As soluções oferecidas pela Red Hat surpreenderam o analista da Tecban, Leonardo Melo. “Muitas coisas que eu não sabia que poderiam agregar na minha profissão foram apresentadas”, contou. Ele já trabalha com Red Hat OpenShift e adora utilizar a nuvem híbrida em seu trabalho. “Quando converso com colegas que dependiam apenas dos datacenters e de servidores físicos percebo que a nossa experiência como desenvolvedores está sendo otimizada, o que torna o nosso trabalho mais eficiente.”
William Porto Silveira atua na virtualização e storage num órgão de tecnologia do Estado de São Paulo. Ele encara as IAs e os microsserviços como aliados e saiu do evento interessado em levar parte dessa tecnologia para o seu cotidiano. “Para a empresa o custo é irrisório ter tudo em um único lugar concentrado no servidor, sem responsabilidade com armazenamento físico. Não correr riscos com máquinas que apresentam defeitos, falhas no fornecimento de eletricidade e aliar isso às soluções oferecidas pelo mercado. É o agora e, sem dúvidas, o futuro.”
A desenvolvedora da B3, Cecilia Gabriela de Oliveira trabalha na equipe de Automação e atua no desenvolvimento de softwares para testes de ações e reprodução em aplicações. Ela utiliza três softwares de inteligência artificial todos os dias, mas só alguns deles estão associados à nuvem híbrida. “Sou mais criativa quando tenho liberdade e essa junção entre IA e nuvem híbrida me dá segurança para isso”, afirma a especialista. “Para adquirir conhecimento de renovação, precisamos desenvolver e testar, e ferramentas mais modernas ajudam nisso, principalmente na geração de códigos”, completa Cecilia.
Já o estudante de Sistemas de Informação da Universidade Federal de Lavras (UFLA), Vitor Moreira dos Santos, saiu de Ouro Verde de Minas para conhecer mais sobre a Red Hat. “Comecei a me interessar por programação quando tinha onze anos e conheci o Linux. Desde então, venho estudando a área com mais afinco na faculdade e tive a oportunidade de estagiar com open source em uma startup. Agora iremos começar a utilizar a nuvem híbrida. Estou saindo daqui feliz com a troca e a possibilidade de conhecer o OpenShift da Red Hat.”
30 anos de história
O Red Hat Summit: Connect São Paulo também foi palco para o lançamento do e-book Red Hat: 30 anos da inovação aberta. A obra reúne entrevistas com 12 especialistas e entusiastas da tecnologia, que compartilham histórias desde o primeiro contato na vida com a tecnologia, o open source, a trajetória profissional e analisam os rumos atuais para os negócios com a chegada da inteligência artificial preditiva, o aprendizado de máquinas (Machine Learning), entre outras ferramentas cujos impactos já podem ser sentidos no mercado. O livro Red Hat: 30 anos da inovação aberta, seguindo os preceitos do open source, possui a divulgação livre e gratuita. Para ter acesso a uma cópia do conteúdo, acesse.