Bloomberg Línea — O mercado de jogos eletrônicos provou ser um dos mais resilientes durante a pandemia, superando até as indústrias de música e de cinema combinadas. Nesse cenário, o Brasil assumiu a liderança como o maior mercado de videogames na América Latina, superando o México, e deve dobrar o tamanho das receitas até 2026, representando 47,4% do faturamento total da região ao final do período, segundo a PwC.
Bruno Bittencourt, conhecido como PlayHard, ou PH, é uma figura proeminente nesse cenário. Graduado em ciência da computação pela Universidade Federal de Viçosa + University of Wisconsin-La Crosse, ele começou em 2014 com um canal no YouTube que rapidamente conquistou números expressivos, tornando-se um dos principais criadores de conteúdo gamer do Brasil.
Hoje, somente na plataforma, o influenciador conta com mais de 13 milhões de inscritos, 40 milhões de visualizações mensais e 7 milhões de seguidores no Instagram.
Em entrevista durante o último episódio da terceira temporada da Casa de Negócios, websérie da Bloomberg Línea, PH falou sobre sua carreira e como vê as evolução do mercado de esportes eletrônicos.
Além da presença como criador de conteúdo, PH é o CEO da LOUD, uma das maiores organizações de esportes eletrônicos e conteúdo do Brasil.
A LOUD, fundada em 2019, tornou-se a empresa brasileira de esportes eletrônicos com o maior número de seguidores nas redes sociais no país e a segunda maior do mundo. A empresa abrange diversas modalidades de esportes eletrônicos, incluindo Free Fire, League of Legends e Valorant.
Referência em um mercado em ascensão, a LOUD estabeleceu parcerias estratégicas com gigantes da indústria, como a Samsung e a TIM, visando expandir seu alcance e promover a diversidade e inclusão no cenário dos esportes eletrônicos, com ênfase em modalidades voltadas ao público feminino e LGBTQIA+.
Quanto ganha um gamer profissional?
Com o mercado global de jogos eletrônicos em crescimento, o gamer profissional passou a ser uma carreira procurada por jovens que querem atuar nesse segmento. O mercado de e-sports apresenta oportunidades e desafios, segundo ele.
“No Brasil, já temos campeonatos que premiam entre R$ 100 mil e R$ 500 mil. E, com esses prêmios, conseguimos ir para campeonatos mundiais. Nesses, a premiação vai para outro patamar”, disse ele na entrevista à Casa de Negócios.
Segundo ele, há casos dentro da LOUD de jogadores entre 17 e 18 anos que, ao participarem que grandes campeonatos mundiais, faturaram mais de US$ 300 mil em apenas um ano competitivo.
“Já é um mercado em que, se você consegue performar e ser referência, igual aos melhores jogadores de futebol são, você já consegue monetizar de uma forma muito boa”, complementa.
Segundo a consultoria Newzoo, a indústria mundial dos jogos eletrônicos movimentou US$ 175,8 bilhões em 2021, equivalente a R$ 904,2 bilhões na atual cotação. E a expectativa é que esse valor alcance a marca histórica de US$ 200 bilhões até 2023, indicando um mercado em crescimento contínuo.
Investimentos em startups de games e conteúdo
Segundo PlayHard, desde que começou a se posicionar nesse mercado e ganhar relevância, ele foi abordado por startups para entrar como investidor-anjo principalmente em áreas como games, criação de conteúdo e tecnologia.
Ele investe em mais de 15 empresas fora da LOUD e do ambiente da Spacecaps, o grupo que une as empresas criadas por PH, Jean Ortega e Matt Ho. Um dos exemplos é a Winning, empresa do Rio de Janeiro que usa tecnologia e dados para explicar para marcas ou creators como eles podem criar conteúdo relevante.
“Eu gosto de fomentar o empreendedorismo e ver empreendedores chegando a mercados que fazem sentido para mim. Eu consigo opinar e desmistificar sobre quem serão os clientes dessas empresas,” disse.
Assita à entrevista completa com Bruno Bittencourt, o Playhard, no Casa de Negócios