Bloomberg — O bitcoin ampliou uma alta impulsionada por expectativas de nova demanda de fundos negociados em bolsa, atingindo o preço mais alto desde maio do ano passado.
O maior ativo digital subiu até 11,5%, chegando a US$ 35.000, antes de reduzir parte do ganho para ser negociado a US$ 33.918 às 7h25 de Londres na terça-feira, elevando para 105% a recuperação acumulada no ano desde a debandada de ativos digitais de 2022.
A possível aprovação, nas próximas semanas, dos primeiros ETFs de Bitcoin à vista dos EUA está alimentando o ardor especulativo pelo token. Os gestores de ativos BlackRock e Fidelity Investments estão entre os que estão na corrida para oferecer tais produtos. Os defensores dos ativos digitais argumentam que os ETFs ampliariam a adoção da criptomoeda.
Na segunda-feira, um tribunal federal de apelações dos EUA também formalizou a vitória da Grayscale Investments em sua tentativa de criar um ETF de Bitcoin à vista, apesar das objeções da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA.
Até o momento, a SEC tem resistido a permitir ETFs que invistam diretamente em Bitcoin, citando riscos como fraude e manipulação no mercado subjacente. A decisão judicial e a enxurrada de aplicações de pesos pesados do investimento para iniciar fundos à vista alimentaram a especulação de que a agência cederá.
Ticker de ETF
O analista de ETFs da Bloomberg Intelligence, Eric Balchunas, sinalizou no X, a plataforma anteriormente conhecida como Twitter, que o iShares Bitcoin Trust “foi listado no DTCC” com o ticker IBTC.
A BlackRock, a maior gestora de ativos do mundo, opera o negócio iShares. A DTCC é a Depository Trust and Clearing Corp, que realiza compensação e liquidação nos mercados dos EUA.
“Isso não significa que seja tecnicamente aprovado”, disse Balchunas em uma entrevista. “Ele não está livre. Mas isso é praticamente a verificação de todos os itens que você precisa verificar antes de lançar um ETF. Quando vemos um ticker adicionado, essas coisas geralmente acontecem logo antes do lançamento.”
O Bitcoin também subiu 10% durante o dia no início da semana passada graças ao furor com os ETFs. Naquela ocasião, um relatório errôneo de que a BlackRock havia obtido aprovação para lançar um fundo causou o movimento e a alta arrefeceu quando o erro veio à tona.
O Ether, o segundo maior token, deu um salto de 6%, ultrapassando US$ 1.800 no slipstream do Bitcoin na terça-feira. Moedas menores, como BNB, XRP e a favorita da multidão de memes, Dogecoin, inicialmente subiram acentuadamente antes de se moderarem.
Os dados da Coinglass mostram que cerca de US$ 387 milhões em posições de negociação de criptografia, principalmente de especuladores que estavam apostando em preços mais baixos, foram liquidados nas últimas 24 horas.
Restrição da SEC
A SEC já permitiu ETFs que mantêm futuros de Bitcoin e Ether. Mas, de modo geral, a agência intensificou a repressão às criptomoedas após o crash do mercado no ano passado e explosões como a falência da bolsa FTX, cujo cofundador Sam Bankman-Fried está sendo julgado por fraude.
Os analistas da Bloomberg Intelligence Elliott Stein e James Seyffart disseram que “a aprovação de um ETF de Bitcoin à vista parece inevitável” e que é provável que um lote de fundos receba luz verde, embora o momento permaneça incerto.
O Bitcoin continua abaixo de seu pico de quase US$ 69.000 na era da pandemia, em 2021, pressionado pelo aumento das taxas de juros que atingiu a demanda por ativos de risco. As correlações do token com ativos como ações, títulos e ouro diminuíram ultimamente, alimentando questões sobre se os principais investidores se desligaram.
“A liquidez está um pouco melhor do que antes”, disse Justin d’Anethan, chefe de desenvolvimento de negócios na região Ásia-Pacífico da Keyrock, fabricante de mercados de criptografia. “Os preços agora se recuperaram e, com isso, uma certa quantidade de liquidez - ainda nada comparado à euforia de 2020-2021, no entanto.”
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