Claudia Goldin, ganhadora do Nobel, vê empregos de alto nível com mais flexibilidade

Claudia Goldin, terceira mulher a ganhar o prêmio de economia, afirma que flexibilidade em posições de confiança garante produtividade

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Bloomberg — A ganhadora do Prêmio Nobel, Claudia Goldin, tem algumas palavras de aconselhamento para as empresas americanas: permaneçam flexíveis. Ela afirmou que o retorno ao escritório não precisa desfazer os avanços conquistados por mulheres e cuidadores no mercado de trabalho. Muitas empresas ainda estão oferecendo horários híbridos, nos quais os funcionários podem trabalhar remotamente em alguns dias, e há menos demanda por viagens a negócios.

Goldin, que nesta semana se tornou apenas a terceira mulher a ganhar o principal prêmio em economia, explicou que, com a redução das viagens a negócios, os chamados “greedy jobs” (empregos exigentes, que requerem mais tempo) se tornarão mais flexíveis. Esses são empregos com salários mais altos e maior responsabilidade, mas que também demandam mais tempo. Ao mesmo tempo, esses empregos flexíveis estão se tornando mais produtivos.

Ela ressaltou que tudo depende das decisões das empresas. Mesmo que estejam chamando os funcionários de volta ao escritório, não necessariamente estão retomando as viagens a negócios da mesma forma que antes.

Goldin ganhou o Prêmio Nobel de Economia por sua pesquisa sobre as mulheres no mercado de trabalho, incluindo os fatores por trás das disparidades salariais e de emprego entre homens e mulheres. Ela descobriu que, enquanto no passado a diferença podia ser explicada devido a diferenças na educação e ocupação, a disparidade atual ocorre entre homens e mulheres em funções semelhantes.

Na entrevista, ela instou a ampliação do apoio público tanto para o cuidado de idosos quanto para o cuidado infantil e sugeriu que programas de pré-escola e creche fossem incorporados ao sistema de educação pública.

Ela aconselhou os pais a buscarem equidade em seu relacionamento. “Com mais equidade nos relacionamentos, haverá mais igualdade de gênero”, disse ela. “Isso é fácil de dizer, mas muito difícil de fazer.”

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