A JBS, uma das maiores empresas de alimentos do mundo, e a Silvateam, líder mundial na produção de extratos vegetais para alimentação animal, acabam de anunciar os resultados de uma pesquisa inovadora que evidencia a eficácia dos taninos na redução das emissões de gases do efeito estufa (GEE) na cadeia bovina.
Conduzido pelo Instituto de Zootecnia de São Paulo (IZ), o estudo concluiu que o uso do aditivo alimentar à base de mistura de taninos e saponinas, SilvaFeed BX®, reduz em até 17% as emissões entéricas de metano por bovino de corte confinado. A metodologia de mensuração desenvolvida no estudo permitirá no futuro que a JBS e outras empresas do setor possam registrar a redução das emissões em seus balanços de GEE, promovendo a pecuária de baixo carbono no Brasil.
“A JBS tem apoiado o desenvolvimento de várias pesquisas para a utilização de aditivos alimentares, incluindo o uso de taninos na alimentação de gado confinado. O interesse nessa tecnologia não é somente da companhia, mas de todo o setor pecuário, já, que ao tornar essas soluções acessíveis a toda a cadeia produtiva, isso contribuirá para a promoção da pecuária de baixo carbono no Brasil”, afirmou Fabio Dias, diretor de Pecuária da Friboi e líder de Agricultura Regenerativa JBS Brasil.
O estudo, conduzido por pesquisadores do novo Centro de Ciência para o Desenvolvimento da Neutralidade Climática da Pecuária de Corte do IZ, acompanhou os animais do confinamento da JBS em Guaiçara (SP) por cerca de seis meses. Aplicando retroativamente os resultados do estudo entre 2019 e 2022, o uso da mistura de taninos e saponinas na dieta alimentar evitou a emissão de mais de 30,2 mil toneladas de gás carbônico (CO₂) equivalente no gado dos confinamentos da JBS. Esse volume equivale à retirada de circulação de cerca de 24 mil carros a gasolina ou ao plantio de mais de 2.000 árvores no período.
Uma das vantagens da mistura de taninos em relação a outros aditivos alimentares é sua ampla utilização na pecuária brasileira. Além de contribuir para a redução das emissões, o uso do produto auxilia no ganho de peso e no desenvolvimento da carcaça do animal, resultando em redução nos custos de alimentação, melhoria da conversão alimentar e maior eficiência proteica. O estudo apontou que o tanino, ao melhorar a saúde intestinal do gado, reduz as emissões entéricas.
De acordo com a Silvateam, mais de 5 milhões de cabeças de gado em confinamento no Brasil já utilizaram o tanino produzido pela empresa desde 2016. Isso evitou a emissão de 11.900 toneladas de metano, ou 334.766 toneladas de CO₂ equivalente, o mesmo que o plantio de 22,6 mil árvores ou a retirada de circulação de 265,6 mil carros movidos a gasolina.
“Os bovinos são frequentemente associados a uma parcela significativa das emissões de gases de efeito estufa. No entanto, nossos estudos e aplicações práticas demonstram que é possível alcançar uma redução considerável nas emissões de metano. Assim, mostramos que a pecuária é parte ativa da solução na busca pela neutralidade climática”, destacou Marcelo Manella, diretor da Silvateam.
Os taninos são compostos químicos naturais encontrados em várias partes de plantas, como frutos, folhas, sementes e cascas. O Silvafeed BX, aditivo utilizado nos confinamentos da JBS, tem como base os taninos extraídos de quebracho colorado, castanheira e saponinas. Quando adicionados à alimentação bovina, esses taninos exercem um efeito positivo na modulação e modificação da fermentação ruminal. Isso resulta na redução das emissões entéricas de metano, na melhora no metabolismo ruminal e, consequentemente, na otimização do desempenho dos animais.
“A pesquisa conduzida em parceria com a JBS e a Silvateam beneficia não apenas as empresas participantes, mas toda a pecuária brasileira. Agora, temos comprovação científica de que o uso de aditivos alimentares, como o tanino, contribui para reduzir a pegada de carbono da pecuária, tornando as operações mais sustentáveis”, afirmou Renata Helena Branco Arnandes, pesquisadora do IZ responsável pelo estudo.