Fusões e aquisições no mundo esfriam com queda de US$ 1 trilhão ante 2022

Total de transações globais foi de US$ 1,9 tri até 28 de setembro; executivos de bancos de investimento dizem que ficou mais difícil fechar as transações

Setembro já teve três das 10 maiores transações do ano
Por Claire Ruckin - Swetha Gopinath
29 de Setembro, 2023 | 11:31 AM

Bloomberg — Os bancos de investimento voltaram a enfrentar uma desaceleração das fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês).

O valor total das transações de M&A globais foi de US$ 1,9 trilhão até 28 de setembro, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. Isso representa uma queda de US$ 1 trilhão em relação aos níveis de 2022, depois do menor volume para um terceiro trimestre em mais de uma década, segundo os dados.

Os executivos de bancos de investimento dizem que ficou mais difícil acertar os detalhes para fechar as transações, enquanto diretorias, investidores e credores tentam evitar se juntarem a uma lista de negócios empacados no valor de dezenas de bilhões de dólares.

“Ainda é um mercado diferente de 2021 e exige muito mais esforço para fechar negócios”, disse Anna Skoglund, chefe do grupo de investidores financeiros e estratégicos para Europa, Oriente Médio e África do Goldman Sachs. “Agora, os processos de venda são mais personalizados e cuidadosamente projetados para maximizar a certeza do resultado.”

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Mas há sinais de que a atividade de fusões e aquisições está ganhando impulso. Os mercados de financiamento de M&A começam a se abrir para grandes negócios, enquanto compradores e vendedores ficam mais realistas com relação a preço.

Setembro já teve três das 10 maiores transações do ano, o que significa que a queda nos volumes em relação ao ano anterior está diminuindo – ainda que lentamente.

Volume global de negócios está diminuindo em relação ao início do ano

Houve duas transações de mais de US$ 10 bilhões nos EUA: a aquisição de US$ 28 bilhões da empresa de software Splunk pela Cisco Systems e a fusão gigante das produtoras de embalagens Smurfit e WestRock.

Gigantes de crédito privado têm ajudado a financiar os negócios, mas o regresso dos grandes bancos de investimento é visto como fundamental para qualquer recuperação sustentada das fusões e aquisições globais. Os credores se esforçam para evitar surpresas desagradáveis ao tentar vender dívidas vinculadas a negócios de alto valor.

Um dos receios dos grandes bancos tem sido a dificuldade de passar adiante os mega-empréstimos para negócios de M&A. Normalmente, eles financiam as aquisições mas não ficam com a totalidade dos empréstimos em carteira, vendendo a dívida para investidores. Agora tudo isso precisa ser acertado com antecedência.

“A pré-venda se tornou um procedimento operacional mais padrão para qualquer coisa grande”, disse Christina Minnis, chefe de financiamento de crédito global e financiamento de aquisições globais do Goldman Sachs (GS), em entrevista.

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