Bloomberg Línea — A América Latina é uma força crescente dos negócios para muitas das maiores empresas do mundo. É o caso da P&G, gigante global com marcas reconhecidas como Gillette, Pantene e Oral-B, entre outras. Mas há diferenças importantes em cada mercado, como no caso de produtos para o cabelo, segundo revelou André Felicissimo, presidente da P&G para o Brasil e o convidado do novo episódio da terceira temporada da Casa de Negócios, a websérie da Bloomberg Línea que conversa com as principais lideranças do país.
O executivo contou a sua visão para que uma empresa com 185 anos de história consiga não só sobreviver mas prosperar em um mercado de crescente competição, como é o de produtos para cuidados pessoais e beleza. “Precisamos de inovação constante e tem sido assim ao longo da história. Imagine quantas transformações uma empresa como a P&G não teve em sua trajetória”, ponderou.
“Os hábitos vão se transformando, mas as marcas conseguem se adaptar conseguindo novas comunicações. Para se comunicar com novas gerações, como a Geração Z, os millennials e novas que surgirem, é crítico saber como se comunicar com elas”, afirmou o executivo no episódio.
Felicíssimo fala com conhecimento de causa sobre adaptação. Executivo com 30 anos de experiência na P&G, ele comandou a operação da empresa em mais dois mercados, o México e o Peru, além de ter passado em mais dois países que foram base para a América Latina, a Venezuela e o Panamá.
“Há diferenças importantes no que os consumidores de cada mercado buscam. A categoria que gosto de usar para exemplificar é a de produtos para o cabelo”, disse o executivo.
“Em alguns países, o mais importante é lavar o cabelo. Em outros, há uma preocupação com o cuidado, com a saúde dos fios. E há casos em que o objetivo tem a ver com a sua identidade”, exemplificou o executivo ao se referir a essa categoria específica.
No episódio, o executivo contou também sobre a sua trajetória na empresa, o que incluiu um caso de perseverança que durou um ano e meio desde o seu primeiro contato até que conseguisse ingressar na P&G no começo da década de 1990.
Felicíssimo também contou de sua experiência em outros países sob a perspectiva de carreira, começando pela Venezuela no começo dos anos 2000, onde ficava a sede para a América Latina. “Foi uma das melhores decisões da minha vida [trabalhar fora do Brasil], para mim e para minha família. Dali em diante, mudamos de país outras cinco vezes, sem nunca passar mais de três anos em um mesmo.”
Ele compartilhou experiências e posturas que, em sua avaliação, o ajudaram não só na adaptação como no trabalho com os times locais. “É muito importante ter o interesse em saber mais, conhecer o país e entender cada cultura. Isso me fez criar conexões e relações de confiança com as novas equipes”, afirmou.
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