Bloomberg Opinion — Se você mora sozinho e não sabe cozinhar, provavelmente frequenta muitos restaurantes. Sendo assim, você precisa aprender a navegar pelos restaurantes, e as regras tendem a mudar de acordo com o lugar, a categoria e a época – pois novas regras evoluem à medida que o mundo muda.
Veja a seguir 3 dicas para melhorar essa experiência:
Relação com o garçom
Imagine o seguinte: você finalmente conseguiu uma reserva naquele restaurante aclamado pela crítica e está louco para jantar, estuda o cardápio, tenta se lembrar das críticas e das recomendações de amigos. Você começa a fazer seu pedido com nervosismo. Então, percebe que seu atendente está te olhando de maneira esquisita.
O erro que muitos clientes cometem é reagir com hostilidade à percepção de arrogância em seus garçons. Se eu achar que fui julgado, tento me livrar de qualquer desconforto. Com calma, peço conselhos ou mais detalhes sobre o prato para justificar meu pedido. Todos os bons restaurantes treinam sua equipe sobre o cardápio, muitas vezes fornecendo uma amostra da comida aos garçons para que eles possam falar com alguma autoridade quando os clientes fizerem perguntas.
Sempre contei com a gentileza dos restaurantes. Na maioria das vezes, eles são muito gentis. Não tenha medo de fazer perguntas com educação. Vale a pena fingir ser ignorante. Se estiver em um restaurante chique, provavelmente receberá uma lição sobre bom gosto e as filosofias gustativas do chef.
Sobrou comida no fim
Você pediu comida demais. Por mais deliciosa que seja, você não consegue terminar. Em restaurantes chineses, você pode dizer “dǎbāo” – que significa literalmente “embrulhe” – e sua comida voltará embalada para viagem. Os restaurantes de Nova York também atenderão ao seu pedido sem pensar duas vezes. Mas, em Londres, é complicado.
Os restaurantes mais sofisticados geralmente preparam pratos cuidadosamente divididos em porções para uma única pessoa. Mas e se você estiver cheio? Você não pode levar para casa? Isso também não é o que se deve fazer em nome da sustentabilidade?
No Reino Unido, a resposta é “não”, seja porque os restaurantes não disponibilizam os recipientes para as sobras ou porque acham que não querem ser responsabilizados por alimentos levados para fora de suas instalações. E se o cliente passar mal?
O debate existe há algum tempo e foca em alguns pontos: os restaurantes afirmam que não são obrigados a fornecer os recipientes para que você leve para casa a comida que você pediu; ou comparam a proibição com as regras que proíbem os clientes de levar garrafas de vinho ou bebidas alcoólicas inacabadas para consumo posterior.
Concordo que o álcool pode alterar a consciência de maneiras que podem afetar a segurança de quem o consome, mas a comida que um restaurante acabou de servir é diferente. Se estiver ruim, o cliente não vai querer levá-la para casa. E ela vai para o lixo se ninguém a quiser.
As políticas são inconsistentes, e por isso adotei uma solução simples: levo sempre um pote comigo para levar as sobras quando não consigo comer tudo.
As regras de cada restaurante
Recentemente, reservei uma mesa para quatro pessoas para que eu e dois amigos pudéssemos jantar em um restaurante praticamente inacessível. Então, dois outros amigos manifestaram interesse no jantar, pois nunca tinham ido ao restaurante. Então, entrei em contato com o restaurante e solicitei mais um lugar na mesa – meses antes da data do evento – mas meu pedido foi negado.
Eu tentei inúmeras vezes depois disso, mas a resposta era a sempre a mesma. Acabei desistindo do meu lugar à mesa para que meus quatro amigos prestigiassem o restaurante.
Finalmente descobri que o limite era de cinco assentos por mesa – e essa era uma exigência do chef.
Certa vez, em Nova York, liguei para um dos meus restaurantes favoritos pedindo três lugares no balcão do bar no Dia dos Namorados. Infelizmente, o chef havia determinado que – para o feriado romântico – só haveria reservas para duplas.
O Dia dos Namorados sempre foi um problema para mim. Talvez seja por isso que eu janto sozinho e tento não pegar mesas para três pessoas.
Esta coluna não reflete necessariamente a opinião do conselho editorial ou da Bloomberg LP e de seus proprietários.
Howard Chua-Eoan é colunista da Bloomberg Opinion e escreve sobre cultura e negócios. Anteriormente, atuou como editor internacional da Bloomberg Opinion e foi diretor de notícias da revista Time.
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