Calor extremo e preços altos disputam holofotes no US Open com Alcaraz e Djokovic

Aumento de preços no último Grand Slam do ano assusta até americanos acostumados com o alto custo de vida de Nova York; ingresso para final pode sair por mais de US$ 20 mil

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Bloomberg — O verão na cidade de Nova York não está completo para muitos sem uma viagem ao US Open. Mas o último Grand Slam do ano se revela mais caro, mesmo para os nova-iorquinos habituados aos preços elevados.

Assentos na quadra central do Arthur Ashe Stadium para a final masculina neste domingo (10) estão sendo oferecidos por mais de US$ 20 mil por pessoa em sites de revenda.

Nas seções mais distantes da quadra, no topo das arquibancadas, vendedores buscam mais de US$ 700 por ingresso. Antes da final, até mesmo os passes para circulação no complexo de Flushing Meadows – que oferecem entrada geral para partidas entre jogadores com ranking inferior e não incluem entrada para o Arthur Ashe Stadium – frequentemente excedem US$ 200.

Marc Viscardi, 40 anos, disse que pagou quase US$ 300 por ingressos na mesma seção do estádio que custavam US$ 79 há 12 anos.

“Neste ano, os preços pareciam muito mais audaciosos”, disse Viscardi, que assiste presencialmente ao US Open todos os anos desde que se mudou do Arizona para Nova York em 2010, com exceção de 2020, quando as instalações foram fechadas aos torcedores no primeiro ano da pandemia.

“É raro que o preço de um evento salte porque não temos choques com o custo de vida em Nova York, mas neste ano realmente aconteceu.”

Ainda assim, houve um recorde de 502.385 espectadores durante a primeira semana do torneio, com os clientes fazendo fila para ter a chance de assistir estrelas como a americana Coco Gauff e Carlos Alcaraz, 20 anos, o jovem espanhol que é o número um do mundo - até domingo - e nova sensação do tênis. E atual campeão do US Open.

A expectativa maior é por uma reedição na final do grande duelo deste ano entre o espanhol e o sérvio Novak Djokovic, 36 anos, vencedor de 23 Grand Slams, incluindo 3 US Open. Alcaraz venceu a decisão de Wimbledon em julho, enquanto Djoko deu o troco na decisão do Masters 1000 de Cincinnati em agosto.

Qualquer que seja o resultado, o sérvio já garantiu o retorno à liderança do ranking mundial a partir da próxima semana, desbancando Alcaraz na rivalidade que atraiu os holofotes do esporte mundial.

Mas uma expectativa cercou também outros jogos, incluindo o confronto de terça à noite entre os americanos Ben Shelton, uma das promessas locais, e Frances Tiafoe, semifinalista do ano passado, bem como a batalha das oitavas-de-final de Gauff contra o ex-número um do mundo Caroline Wozniacki.

As arquibancadas ficaram lotadas apesar de uma onda de calor nas últimas semanas de verão que deverá manter as temperaturas acima de 32º C por três dias consecutivos.

No fim de semana passado, o Centro Nacional de Tênis USTA Billie Jean King, no Queens, nome oficial de Flushing Meadows, recebeu 201.787 torcedores em três dias. É a primeira vez que o comparecimento durante o feriado do Dia do Trabalho ultrapassou 200 mil, de acordo com a organização. As revendas de ingressos estão ultrapassando o campeonato de 2022 em mais de três vezes, de acordo com o StubHub.

A forte procura dos americanos por experiências e entretenimento tem sido uma grande parte da razão para os preços elevados, quer se trate de bilhetes para o Eras Tour de Taylor Swift ou para ver Lionel Messi marcar gols para o Inter Miami na Major League Soccer.

Os preços dos ingressos em eventos esportivos subiram 5,9% no mês passado, o maior aumento neste ano, segundo o Bureau of Labor Statistics.

Outra razão para os preços elevados é a forma como os bilhetes são agora comprados e vendidos. A Ticketmaster disse que os ingressos para sessão única estão sujeitos a preços dinâmicos, o que pode fazer com que os valores disparem com base na demanda.

Felizmente para os fãs, os preços de alimentos e bebidas não subiram tanto quanto os dos ingressos. O coquetel exclusivo do US Open, o Honey Deuce – uma mistura de vodca, limonada, chambord e melão que parece bolas de tênis – ainda é vendido a US$ 22, o mesmo valor de um ano atrás, quando o preço aumentou 10%. Mas alguns estão percebendo uma mudança na qualidade.

“Honey Deuces fazem parte do nosso plano no US Open, mas agora nem parece que você está recebendo um coquetel especialmente criado”, disse Viscardi.

- Com a colaboração de Molly Smith.

- Com informações da Bloomberg Línea.

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