Bloomberg — O Santander (SANB11) contratou mais dois executivos do Credit Suisse no Brasil em um esforço para crescer nos negócios de emissão de ações e assessoria em fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês).
Bruno Fontana, ex-managing director do Credit Suisse, e Roberto Bruno, que foi vice-presidente do banco suíço, ficam responsáveis pelo relacionamento com fundos de private equity, disse Leonardo Cabral, responsável pelo banco de investimento da unidade brasileira do Santander.
“Somos o banco internacional com o maior balanço local no Brasil e queremos estar entre os três primeiros em todos os tipos de produtos de banco de investimento”, disse Cabral, um executivo que também veio do Credit Suisse.
Santander, Safra, Bradesco (BBDC4) e outros grandes bancos estão aproveitando a oportunidade para contratar executivos de primeira linha do Credit Suisse após sua aquisição emergencial pelo UBS.
O banco suíço comprou o concorrente em junho, em um resgate de 3,5 bilhões de francos suíços (US$ 3,9 bilhões) intermediado pelo governo da Suíça.
O Santander, com sede em Madri, contratou Marcella Recchia do Credit Suisse no início deste ano para cobrir os setores de consumo e varejo no Brasil. Em agosto, contratou Julia Cambiaghi, chefe de vendas de ações na América Latina do Credit Suisse em Nova York, como parte de uma reorganização mais ampla da unidade de corretagem nos EUA.
A área de Cabral abarca cerca de 60 executivos que trabalham com assessoria em fusões e aquisições e emissões de produtos de renda variável.
O Santander ocupou o terceiro lugar em receitas com comissões de banco de investimento no Brasil no primeiro semestre do ano, acima do nono lugar nos primeiros seis meses de 2022, de acordo com a empresa de pesquisas Dealogic, com sede em Londres.
O banco ocupa o quinto lugar nos rankings de emissões de ações de empresas brasileiras até agora neste ano e também é o quinto colocado em emissão de títulos de dívida locais, mostram dados compilados pela Bloomberg.
As comissões de banco de investimento caíram 40%, para US$ 291 milhões, no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com a Dealogic.
Cabral, que tem um longo histórico de gestão de desinvestimentos no Brasil, acredita que outros governos estaduais brasileiros devam vender seu controle acionário em algumas empresas após a privatização da Copel, em agosto.
Ele trabalhou no BNDES entre 2019 e 2021, onde foi responsável pela coordenação de um programa massivo de venda de ativos.
Agora que um ciclo de flexibilização monetária começou no Brasil, Cabral disse que espera um segundo semestre mais ativo para fusões e aquisições.
Os mercados de capitais também deverão se beneficiar da queda nos juros, mas as ofertas públicas iniciais de ações (IPOs) provavelmente só irão ganhar tração no próximo ano, disse ele.
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