Bloomberg — Uma nova geração de energia está sendo utilizada para alimentar uma antiga fonte, conforme a maior fazenda de energia eólica flutuante do mundo envia eletricidade para grandes campos petrolíferos no Mar do Norte.
O parque eólico Hywind Tampen, que foi oficialmente inaugurado na quarta-feira (23), já fornece energia para cinco plataformas de petróleo e gás operadas pela Equinor, enquanto a gigante norueguesa de energia lida com a crescente pressão para reduzir as emissões na produção.
Projetos semelhantes provavelmente serão replicados, com as empresas europeias Shell e TotalEnergies também investindo em energia eólica flutuante. No entanto ainda é uma tecnologia incipiente e cara, e a capacidade continuará sendo superada pelas turbinas offshore fixas.
“Com o Hywind Tampen, mostramos que podemos planejar, construir e comissionar uma grande fazenda eólica offshore flutuante no Mar do Norte”, disse Siri Kindem, chefe dos negócios de energias renováveis da Equinor na Noruega. “Vamos construir algo maior, reduzir custos e construir uma nova indústria sobre os ombros da indústria de petróleo e gás.”
O custo do projeto de 11 turbinas disparou durante o desenvolvimento devido à pandemia, a atrasos na cadeia de suprimentos e a uma moeda norueguesa fraca, pressionando o orçamento.
A conta subiu para cerca de 7,4 bilhões de coroas norueguesas (US$ 690 milhões) em relação às 5 bilhões de coroas norueguesas estimadas inicialmente — mas ainda 35% menos por megawatt do que seu “projeto irmão” na Escócia.
A indústria de petróleo e gás da Noruega tem como meta uma redução de 50% nas emissões de carbono diretas até o final da década e emissões líquidas zero até 2050. Embora a eletrificação a partir da costa ainda seja vista como a opção mais viável para reduzir as emissões, a energia eólica offshore e a captura de carbono provavelmente desempenharão um papel nisso.
Localizado a quase 90 milhas de Bergen, o Hywind Tampen tem uma capacidade de 88 megawatts, o suficiente para atender a 35% da demanda das cinco plataformas nos campos de Gullfaks e Snorre, de acordo com a Equinor. As primeiras turbinas começaram a gerar energia no ano passado e, após a última ser adicionada em julho, o local está agora totalmente operacional.
Eles substituem dois geradores de gás natural de 20 megawatts em uma área em que a velocidade do vento é de cerca de 20 quilômetros por hora (12 milhas por hora) em um dia normal. Com as pontas das pás alcançando cerca de 190 metros (620 pés) acima do mar, as máquinas de 22.000 toneladas métricas são operadas a partir de um centro de controle em Bergen.
“Provamos que a energia eólica offshore flutuante é possível”, disse o primeiro-ministro Jonas Gahr Store em uma entrevista. Quando se trata de futuros projetos de energia eólica offshore — tanto flutuantes quanto fixos — o governo norueguês irá “oferecer apoio, mas o mínimo possível e o máximo necessário”, disse ele.
“Mas quando olhamos para isso de uma prspectiva histórica, não tivemos grandes avanços tecnológicos sem algum elemento de apoio”, disse ele da plataforma Gullfaks C. “Seja na forma de encomendas, ou na forma de contribuições econômicas, ou ambos.”
A capacidade global instalada de turbinas flutuantes deve aumentar para 23,3 gigawatts até 2035, saindo de cerca de 200 megawatts atualmente, de acordo com a BloombergNEF. As turbinas offshore fixas devem aumentar oito vezes para 509 gigawatts. O Reino Unido, a Coreia do Sul e os Estados Unidos devem adicionar a maior parte da energia eólica flutuante nos próximos anos.
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