Blackstone capta US$ 7 bilhões para fundo que financia energia limpa

Fundo Blackstone Green Private Credit Fund III marca a maior reserva do grupo para uma aposta de que a economia dependerá menos de petróleo e gás

Empresa tem como meta investir US$ 100 bilhões em empresas prontas para crescer com o surgimento de fontes alternativas de energia
Por Dawn Lim
10 de Agosto, 2023 | 12:37 PM

Bloomberg — A Blackstone (BX) levantou US$ 7,1 bilhões para um fundo destinado a financiar empresas de energia solar, fabricantes de peças de carros elétricos e tecnologia para reduzir emissões de carbono.

O Blackstone Green Private Credit Fund III superou a própria meta de US$ 6 bilhões. E marca a maior reserva do grupo para uma aposta de que a economia dependerá menos de petróleo e gás – e que empresas por trás da transição para fontes de baixo carbono precisarão de financiamento.

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O arsenal de energia limpa da Blackstone também reflete suas ambições de expandir seu braço de empréstimos à medida que bancos recuam sob as novas regulamentações.

Embora a companhia sob o comando do CEO Steve Schwarzman seja mais conhecida por aquisições, a Blackstone evoluiu para se tornar uma importante fonte de financiamento. Quase um terço de seus US$ 1 trilhão em ativos são dedicados ao crédito.

Jon Gray, presidente e provável sucessor do CEO, pediu foco aos banqueiros em grandes temas e setores de rápido crescimento da economia para manter a máquina de dinheiro funcionando. O fundo é o primeiro pool de empréstimos da Blackstone com mandato formal de lucrar com a transição para fontes alternativas de energia.

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Os principais fundos da Blackstone prometeram não apoiar a exploração e produção de petróleo e gás em 2022, marcando uma retração de um ano após oscilações dos retornos de algumas apostas em energia.

A Blackstone tem como meta investir US$ 100 bilhões em uma ampla categoria de empresas prontas para crescer com o surgimento de fontes alternativas de energia.

A maior gestora de ativos alternativos do mundo possui uma visão oposta de rivais e hedge funds, que acreditam ser possível lucrar com petróleo no longo prazo.

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A crescente presença da Blackstone em energia verde ameaça colocá-la na mira dos críticos de investimentos com padrões ambientais, sociais e de governança (ESG), que acusam gestoras de ativos de promover o capitalismo “woke”, associado ao ativismo.

“As necessidades de capital para a transição energética são imensas”, disse Robert Horn, que supervisiona o braço de crédito focado em empresas renováveis e estratégias relacionadas. “Esta é uma oportunidade de usar nosso capital e recursos para tentar transformar grandes áreas da economia e gerar retornos atraentes para nossos investidores.”

Empresas podem receber empréstimos da Blackstone

O veterano da Blackstone personifica essa transformação. Horn, de 41 anos, foi codiretor da unidade de empréstimos de energia da empresa, que a Blackstone rebatizou no ano passado como uma “plataforma de recursos sustentáveis” para refletir esse foco.

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Ele disse que a plataforma tem capacidade de encaixar companhias que recebem empréstimos da Blackstone com outras empresas do portfólio, que incluem desde operadoras de data centers, que consomem muita energia, até armazéns urbanos.

Nos últimos anos, a empresa forneceu à Altus Power dívida com grau de investimento e ações preferenciais e conectou o grupo de energia solar a um operador de depósitos com investimentos da Blackstone. A dupla iniciou projetos solares em Nova Jersey.

As políticas do governo dos Estados Unidos devem favorecer a Blackstone ao distribuir US$ 7,1 bilhões para uma nova rodada de empréstimos.

A Lei de Redução da Inflação assinada no ano passado pelo presidente dos EUA, Joe Biden, vai fornecer incentivos para montadoras de carros elétricos e outras empresas de energia renovável na próxima década.

Os programas fornecem “10 anos de certeza”, disse Horn, acrescentando que o modelo econômico favorável “permite que os setores vençam”.

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