A chegada da BYD na Bahia

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Na costa da Bahia, o vasto estacionamento próximo à Avenida Henry Ford está vazio. Trabalhadores costumavam lotar esses espaços, ao lado de uma fábrica da Ford que ocupa 4,7 quilômetros quadrados - uma área maior do que o Central Park de Nova York. Em um dia de semana recente, apenas um carro de segurança patrulhava o local e era o único sinal de vida.

Após 100 anos de presença da Ford no Brasil e 20 anos em Camaçari, o poder econômico na cidade baiana é transferido agora para a China. Sua maior fabricante de veículos elétricos, a BYD, finaliza as negociações com a Ford para comprar a fábrica desativada, a cerca de 50 quilômetros ao norte de Salvador. Quando a planta reabrir, o que pode ocorrer ainda este ano, será a operação de veículos elétricos mais extensa da BYD fora da Ásia.

A ressurreição da antiga fábrica da Ford representa as grandes ambições industriais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas é desconcertante para os Estados Unidos, pois cede à China um território importante para explorar tecnologias-chave. Os EUA desempenharam por muito tempo esse papel em mercados emergentes como o Brasil e agora estão ameaçados com uma perda de influência ao redor do mundo.

Leia mais: Chegada da BYD alimenta a esperança em Camaçari para reativar a fábrica da Ford

No Radar

Os mercados refletem a ansiedade em torno do indicador de preços ao consumidor (IPC) dos Estados Unidos, que deve calibrar as previsões do mercado para a política monetária do Federal Reserve (Fed) nas próximas semanas.

📊 O que esperar do IPC. Uma análise da Bloomberg Economics sugere que o núcleo da inflação norte-americana em julho, que exclui preços de alimentos e energia, deve registrar uma alta de +0,2%, consistente com a meta anual de 2% do Federal Reserve. A moderação dos preços deve, portanto, começar a sinalizar os efeitos do aperto monetário e referendar as apostas do mercado de que pode não haver alta de juros em setembro.

Bloqueio de investimento. Após dois anos de deliberações, foi assinada a ordem do presidente Joe Biden que limita, a partir de 2024, investimentos dos EUA em algumas empresas chinesas de semicondutores, computação quântica e inteligência artificial, mas exclui setores como o de biotecnologia. Em resposta, a China se disse decepcionada e avisou que salvaguardará seus interesses.

🕶️ Livres para voar. As viagens em grupo voltaram a ser permitidas a partir desta quinta-feira pela China, inclusive para EUA, Reino Unido, Austrália, Coreia do Sul e Japão, o que pode impulsionar o mercado global de turismo.

🌾 Grãos inflacionados. Além dos efeitos da guerra na Ucrânia pesarem sobre o preço internacional do trigo e do milho, a piora do clima coloca os preços do arroz no maior nível em quase 15 anos, ampliando temores em relação à inflação dos alimentos. O clima seco ameaça a safra da Tailândia, e a Índia, que responde por 40% do comércio mundial, já restringe a exportação.

Leia a nota completa na seção de Mercados

🟢 As bolsas ontem (09/08): Dow Jones Industrials (-0,54%), S&P 500 (-0,70%), Nasdaq Composite (-1,17%), Stoxx 600 (+0,43%), Ibovespa (-0,57%)

Wall Street foi atingido por quedas em grandes empresas de tecnologia, bem como pelo aumento dos preços do petróleo e do gás natural. As ações da Tesla, Apple e Amazon também contribuíram para a baixa.

Agenda

Esta é a agenda prevista para hoje:

EUA: IPC/Jul, Pedidos Iniciais por Seguro-Desemprego, Balanço Orçamentário Federal/Jul), Relatório Mensal da OPEP, Balanço Patrimonial-Fed

Europa: Alemanha, França e Espanha (Índice de Sentimento do Consumidor/Ago); Itália (IPC/Jul, Índice de Sentimento do Consumidor/Ago); Portugal (IPC/Jul)

Ásia: Japão e China (Índice de Sentimento do Consumidor/Ago)

América Latina: Brasil (Crescimento do Setor de Serviços /Jun)

Bancos centrais: Relatório Mensal-BCE, Decisão da Taxa de Juros-Banco do México, Saldos de Reservas com Bancos-Fed

Balanços: Alibaba, Siemens, Allianz, News Corp, US Foods, Ralph Lauren, Thyssenkrupp

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Destaques da Bloomberg Línea:

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