Bloomberg — Executivos que passaram décadas trabalhando juntos no Credit Suisse montaram uma nova gestora de recursos no Brasil, com foco em oportunidades na América Latina, após um desempenho decepcionante das ações da região ao longo dos últimos anos.
Emerson Leite, ex-managing director do banco suiço no Brasil, Edward Weaver, que trabalhou no Credit Suisse entre 1994 e 2016, e Luiz Otavio Campos, que foi analista de ações do banco por 10 anos, criaram a CapSigma Investment Partners.
Marcelo Andrade, que passou pela Miles Capital, também é um dos sócios fundadores do fundo, que terá sede em São Paulo.
“A performance mais fraca das ações latino-americanas na última década fez com que alguns investidores se retraíssem, mas enxergamos uma oportunidade”, disse Leite, que ficou 23 anos no banco, inclusive como chefe de ações latino-americanas. “Nosso time trabalha junto há anos e temos uma vantagem na região.”
O índice MSCI Emerging Markets Latin America negocia a cerca de 9 vezes o lucro estimado, bem abaixo de sua média de dez anos de 12 vezes, depois que a região foi atingida por uma combinação de pandemia de coronavírus, crescimento econômico morno e turbulência política.
Neste ano, o MXLA sobe 15% — batendo com folga o índice de ações emergentes mais amplo.
A CapSigma planeja lançar seu fundo de ações em setembro, em um momento em que os bancos centrais de toda a região embarcam em campanhas de redução de juros. O Brasil e o Chile realizaram cortes maiores do que o esperado, enquanto países como Colômbia e México podem começar a afrouxar a política monetária nos próximos meses.
Além do impulso esperado dos ciclos de flexibilização, a região também deve se beneficiar de ventos favoráveis estruturais, de acordo com Weaver.
A busca de empresas americanas por suprimentos produzidos mais perto dos Estados Unidos, em uma tendência conhecida como nearshoring, “está criando um boom de investimentos no México, enquanto a América Latina também pode se beneficiar da transição energética e da transformação digital”, disse Weaver.
Leite, Weaver e Campos deixaram o Credit Suisse bem antes da aquisição pelo UBS mediada pelo governo suíço no início deste ano, que levou à saída de vários executivos.
-- Com a colaboração de Srinivasan Sivabalan.
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