Mulheres têm participação recorde nos conselhos de empresas do S&P 500

Um terço das cadeiras no ‘board of directors’ das companhias é ocupado por executivas, maior proporção já registrada, segundo análise da Bloomberg

Lisa Su, presidente do conselho e CEO da Advanced Micro Devices (AMD): uma das 41 mulheres CEOs nas empresas do S&P 500 (Foto: Bridget Bennett/Bloomberg)
Por Jeff Green
29 de Julho, 2023 | 09:36 AM

Bloomberg — As mulheres mantiveram um recorde de um terço das cadeiras dos conselhos de administração - board of directors - das empresas listadas no S&P 500 em junho, após o fim da temporada de reuniões anuais, quando as saídas atingem o pico.

As mulheres ganharam um total líquido de duas cadeiras em junho, com nove mulheres sendo nomeadas para novos cargos e sete mulheres saindo, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. Esses ganhos fizeram com que a proporção de mulheres em conselhos chegasse a 33,3% em junho, ante 33,2% em maio.

As mulheres têm mostrado forte presença no S&P 500 este ano, inclusive ocupando um recorde de 41 cargos de CEO, mesmo quando uma reação contrária às políticas de diversidade corporativa por importantes membros do Partido Republicano têm colocado em dúvida as prioridades futuras.

A Boston Scientific adicionou duas novas mulheres no conselho, e a Nike, Hewlett Packard Enterprise e a DTE Energy estão entre as empresas que adicionaram uma mulher cada uma. A Target e a T-Mobile US estão entre as empresas que tiveram mulheres deixando o conselho, de acordo com os dados.

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O número médio de diretoras mulheres permaneceu inalterado, com 3,6 mulheres, em um conselho médio com 10,9 membros.

Enquanto o percentual de mulheres é 33,3% para as empresas do S&P 500, a proporção para as companhias do índice Nikkei 225, do Japão, é de 16,5%. No Hang Seng, de Hong Kong, ela é de 19,2%, enquanto o S&P/ASX 200, da Austrália, tem 36,3% de mulheres no conselho e o Stoxx 600, da Europa, 39,5%.

No total, oito empresas do S&P 500 aumentaram o número de mulheres em seus conselhos; as principais empresas em termos de capitalização de mercado foram Nike, Boston Scientific e Biogen. Por outro lado, sete empresas reduziram o número de mulheres; as principais empresas em termos de valor de mercado foram T-Mobile, Marsh & McLennan Cos. e Target.

A Organon tem a maior porcentagem de mulheres no conselho, enquanto a Charter Communications tem a menor porcentagem de mulheres.

Biogen, Digital Realty Trust e Fastenal estão entre as empresas que ultrapassaram 30% de membros femininas no conselho pela primeira vez desde janeiro de 2019. O número de empresas do S&P 500 acima desse limite-chave caiu para 345 em junho, em comparação com 349 no mês anterior.

O Índice Bloomberg de Igualdade de Gênero teve um retorno de 5% em junho, ficando abaixo do avanço de 6,1% do Índice MSCI World.

A análise é baseada em dados que abrangem 499 empresas do S&P 500. A análise histórica pode ser afetada por alterações na composição do índice, enquanto as mudanças mensais nas diretorias podem ser consideradas efetivas no final do mês.

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O Índice Bloomberg de Igualdade de Gênero é um índice ponderado por capitalização que acompanha o desempenho financeiro das empresas comprometidas com o apoio à igualdade de gênero por meio do desenvolvimento de políticas, representação e transparência.

Empresas do S&P 500 com maior proporção de mulheres no conselho:

Organon: 77%

Hasbro: 64%

Paramount Global: 64%

American Water Works: 60%

Intercontinental Exchange: 60%

Omnicom Group: 60%

Best Buy: 58%

Cooper Cos.: 56%

Insulet: 56%

TJX: 56%

Empresas do S&P 500 com menor proporção de mulheres no conselho:

Charter Communications: 7%

Mohawk Industries: 13%

Fox Corp.: 13%

Brown & Brown: 13%

Kinder Morgan: 14%

Enphase Energy: 14%

TransDigm Group: 17%

Garmin: 17%

International Business Machines: 17%

Live Nation Entertainment: 18%

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