BYD entra de vez na corrida do lítio para carros elétricos na América Latina

Brasil e Chile são mercados-chave na estratégia regional da gigante dos veículos elétricos, que quer garantir mais suprimentos do metal para suas baterias

Extração de lítio no Deserto do Atacama: chinesa BYD mira extração no Chile (Foto: Bloomberg Creative Photos/Bloomberg)
Por James Attwood
05 de Julho, 2023 | 03:19 PM

Bloomberg — A gigante chinesa de veículos elétricos BYD se juntou à corrida pelo lítio na América Latina em uma tentativa de garantir mais suprimentos desse metal, que é um componente-chave das baterias.

No Chile, o país com as maiores reservas de lítio, a BYD negocia com autoridades e empresas, incluindo a SQM, uma nova tecnologia de extração, enquanto no Brasil trabalha em um projeto independente, afirmou a vice-presidente executiva Stella Li em entrevista na terça-feira (4).

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Os dois países são mercados-chave na estratégia regional da BYD. No Brasil, a empresa vai construir sua primeira fábrica de carros elétricos fora da Ásia como parte de um plano para estabelecer um centro regional de manufatura e inovação. No norte do Chile, trabalha em uma fábrica de cátodos depois de obter acesso a preços preferenciais para o lítio extraído pela SQM.

Agora, a principal concorrente global da Tesla (TSLA) busca ir ainda mais longe. Negocia a introdução de uma forma de usar resinas para extrair lítio diretamente dos salares chilenos, em vez da prática atual de bombear grandes quantidades de salmoura e armazená-la em lagoas de evaporação por um ano ou mais. O plano é adaptar uma técnica de extração direta de lítio usada na China às condições chilenas.

“A BYD está pronta para trazer a tecnologia avançada de extração direta de lítio para o Chile e também vamos desenvolver patentes de P&D localmente e oferecer patentes gratuitas ao governo chileno para ajudar o Chile a construir essa indústria”, disse Li.

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No Brasil, a BYD tem um “pequeno projeto para o lado da extração e estamos trabalhando duro para tentar obter mais reservas”, disse ela. A empresa não trabalha com parceiros no Brasil: “Queremos fazer isso por conta própria”.

O mercado de lítio enfrenta uma escassez de fornecimento no final desta década devido à adoção cada vez maior de veículos elétricos, sendo necessário mais de US$ 51 bilhões em investimentos para atender à demanda futura, segundo a Benchmark Mineral Intelligence.

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