Hyundai revisa metas e diz poder vender 2 milhões de carros elétricos por ano

Com mais demanda, novo número da montadora coreana representa aumento em comparação com o anunciado em 2022

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Bloomberg — A Hyundai afirmou que venderá 2 milhões de veículos elétricos por ano até 2030, elevando sua previsão de 1,87 milhão há um ano, já que a demanda por carros sustentáveis continua crescendo.

A montadora sul-coreana também planeja gastar cerca de 109 trilhões de wons (US$ 85 bilhões) para impulsionar a produção e progredir em áreas como carros a hidrogênio, baterias para veículos elétricos e software para mobilidade futura, informou em um comunicado na última terça-feira (20).

A promessa de investimento da terceira maior montadora do mundo foi divulgada depois que a Toyota apresentou um ambicioso plano de vender 1,5 milhão de veículos elétricos até 2026. A Ford (F) está buscando uma reestruturação radical e aspira produzir 2 milhões de veículos elétricos por ano até 2026.

Atingir a nova meta significaria que os veículos elétricos da Hyundai, incluindo a marca de luxo Genesis, representariam 18% de suas vendas globais em 2026 e 34% em 2030, informou a empresa. Esses veículos representarão 53% das vendas em três mercados principais – Coreia, Estados Unidos e Europa – até o final da década. A Volkswagen espera que os veículos com bateria elétrica representem 20% de suas vendas globais até 2025.

A Hyundai e a Kia venderam cerca de 109 mil veículos elétricos este ano, o que as coloca em quinto lugar no setor global, de acordo com a BloombergNEF.

A Hyundai está enfrentando pressão nos EUA e na Europa para aumentar a produção nacional de carros sustentáveis e reduzir a dependência de minerais e componentes de baterias fabricados na China. A empresa pretende iniciar a produção em massa em sua fábrica de veículos elétricos que está sendo construída no estado da Geórgia, nos EUA, no segundo semestre do próximo ano, disse o CEO Jay Chang em um evento anual para investidores na terça-feira.

“Agora vemos uma intensa concorrência entre as montadoras tradicionais e as novas empresas em relação aos veículos elétricos”, disse Chang. “Mostraremos como uma montadora tradicional pode executar uma estratégia eficaz de eletrificação”.

Fornecimento na China

A Hyundai está planejando interromper a produção em outra de suas fábricas na China. A empresa vendeu sua primeira fábrica no país em 2021 e interrompeu as operações em outra instalação em 2022, e agora afirmou planejar vender mais duas fábricas e otimizar a produção em suas instalações restantes.

Para acelerar a produção e melhorar a lucratividade em outros lugares, a Hyundai adotará uma nova plataforma para EVs, chamada de Arquitetura Modular Integrada (IMA). A empresa visa uma margem operacional de pelo menos 10% até 2030 para veículos elétricos.

Em vez de se apressar para construir novas fábricas de veículos elétricos, a Hyundai vai focar na transformação das linhas de montagem de carros com motor de combustão interna, disse Chang. Leva apenas um mês para convertê-las para a produção de veículos elétricos, disse ele, acrescentando que a abordagem também protege os empregos.

O início da produção na Geórgia no final do próximo ano permitirá que a Hyundai atenda aos requisitos da Lei de Redução da Inflação dos EUA, disse Chang.

A empresa também está considerando uma nova joint venture na Europa para impulsionar a produção local de baterias para veículos elétricos. Ela ainda depende de suprimentos de parceiros como SK On e LG Energy Solution e planeja focar em células de próxima geração.

Novas baterias

Os executivos da Hyundai estavam ansiosos para estabelecer os planos de foco em inovação, incluindo robótica, hidrogênio e os chamados veículos movidos a software. A 42dot, uma unidade que desenvolve tecnologia de condução autônoma e outras plataformas de mobilidade, está contratando pelo menos 100 engenheiros de software, de acordo com seu site. A Hyundai investiu pelo menos US$ 1 bilhão na subsidiária.

“O que esperamos da 42dot é a mentalidade de uma startup que faz tentativas ousadas em veículos movidos a software”, disse o vice-presidente executivo da Hyundai, Kim Heung-soo.

Não houve indicação de que a empresa planeja trabalhar mais de perto com a Tesla (TSLA). Quando um analista o questionou sobre os planos de formar uma parceria para serviços de recarga de veículos elétricos, Kim foi indiferente.

“Isso pode fazer com que a Hyundai dependa demais do sistema geral da Tesla”, disse ele.

As ações da Hyundai caíam 0,7% na terça-feira, mas este ano o aumento foi de 31%.

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