Adegas cheias são o novo reflexo da inflação alta persistente na Europa

Produtores de vinho na França, na Espanha e em Portugal enfrentam perda de receita com demanda mais fraca e recebem medidas de apoio da Comissão Europeia

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Bloomberg — As adegas em diferentes países da Europa estão lotadas, pois os preços crescentes e persistentemente altos de alimentos e bebidas levam os consumidores a comprar menos garrafas.

A inflação alta e as exportações em queda, juntamente com uma forte safra de 2022, alimentaram um acúmulo de garrafas no bloco, disse a Comissão Europeia na última semana.

Isso criou uma “séria perda de receita”, especialmente para os produtores de vinho rosé e tinto na França, na Espanha e em Portugal, três dos principais países produtores do continente.

A queda nas vendas no ano marketing varia de 7% na Itália a 34% em Portugal, enquanto a produção aumentou 4%, e os estoques iniciais estavam 2% acima da média dos últimos cinco anos. Para completar a “tempestade perfeita” que tem elevado os estoques, as exportações caíram 8,5% de janeiro a abril.

O governo tenta impulsionar o consumo com medidas de apoio à indústria, de forma a conter o excesso de estoque. Isso inclui permitir que os produtores destilem vinho para álcool – apenas para fins não alimentícios – e compensá-los com base em uma parcela dos preços de mercado recentes.

A inflação ao consumidor nos países da zona do euro desacelerou para 6,1% em 12 meses em maio, ante 7,0% em abril, depois de ter encerrado o ano de 2022 em 9,2%.

“Foi necessário adotar medidas temporárias de mercado para evitar que o vinho não vendido pese em todo o mercado interno e impeça os produtores de encontrar capacidade de armazenamento suficiente para a nova safra”, afirmou a comissão.

- Com informações da Bloomberg Línea.

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