Disputa por talentos entre bancos e private equity atinge novo estágio em Wall St

Empresas de private equity têm recrutado profissionais cada vez mais cedo na tentativa de vencer os concorrentes mais tradicional de investment banking

Wall Street continua a atrair os melhores talentos, mas disputa está cada vez mais acirrada (Foto: Michael Nagle/Bloomberg)
Por Jenny Surane
23 de Junho, 2023 | 12:21 PM
Últimas cotações

Bloomberg — A corrida para roubar banqueiros recém-formados das maiores empresas financeira de Wall Street finalmente atingiu seu limite.

As empresas de private equity que querem formar seus grupos de associados para 2024 foram forçadas a fazer uma segunda rodada de recrutamento neste ano, depois que os esforços iniciais falharam, de acordo com uma análise da empresa de recrutamento Odyssey Search Partners.

Na tentativa de vencer os concorrentes, muitos começaram a procurar trainees de primeiro ano dos bancos, apenas algumas semanas depois de eles começarem a trabalhar nas instituições em 2022. Mas muitos dos analistas recém-chegados não tinham concluído nem um único acordo.

“Muitas das instituições proeminentes de Wall Street ficaram com cargos vagos”, de acordo com o relatório da Odyssey. “Do ponto de vista de muitos analistas de bancos de investimento, a aceleração dos cronogramas de recrutamento reduziu sua disposição e capacidade de participar.”

PUBLICIDADE

Empresas de private equity há muito procuram atrair banqueiros juniores de bancos como Bank of America (BAC), Citigroup (C), JPMorgan (JPM), Morgan Stanley (MS) e Goldman Sachs (GS) em um processo frenético conhecido no jargão da indústria como recrutamento “on-cycle”.

Ao longo da última década, as empresas tentaram obter uma vantagem ao atrair os melhores talentos começando cada vez mais cedo.

O processo sempre foi um tanto complicado, com recém-formados discutindo e concordando com seus futuros empregos enquanto apenas iniciavam o primeiro.

Os bancos ocasionalmente tentam impor limites à procura, mas as empresas de private equity tendem a ser alguns de seus maiores clientes.

Em 2010, essas empresas costumavam esperar que os banqueiros juniores tivessem primeiro cerca de 11 meses de experiência antes de tentar recrutá-los.

Para o grupo de 2024, contudo, os gigantes do private equity começaram a recrutar com menos de um mês de treinamento. Esse foi o movimento mais rápido de recrutamento da história, apontou a Odyssey.

“Para se sair bem, os banqueiros geralmente acreditam que devem ter fechado pelo menos uma transação para ter material para discutir nas entrevistas. Mas o ambiente mais lento de fusões e aquisições - M&As - reduziu seu nível de experiência em comparação com as turmas anteriores.”

PUBLICIDADE

Oferecendo novos benefícios

Em uma outra pesquisa, a Odyssey descobriu que as empresas de investimento alternativo estão divididas sobre oferecer mais flexibilidade para trabalhar remotamente neste verão do hemisfério norte. Aproximadamente metade planeja manter suas políticas atuais no período.

Entre as dispostas à maior flexibilização estão aquelas permitindo que os funcionários se conectem de qualquer lugar por duas ou três semanas durante todo o mês de agosto, de acordo com a pesquisa.

“É revigorante que as empresas de investimento estejam permitindo que seus funcionários façam uma pausa no escritório tradicional durante o verão”, disse Odyssey.

“Embora a maioria das empresas esteja de volta ao escritório em um modelo híbrido, a guerra por talentos ainda não acabou e as empresas estão tendo que ceder a novos benefícios.”

Veja mais em bloomberg.com

Leia também

BofA diz que fuga das ações de tech depois de ‘bolha bebê’ de IA já começou

Fleury: novas parcerias com hospitais são caminho para elevar receitas, diz CEO