FedEx reduz previsão de lucro em contexto de fraca demanda

A empresa tem cortado custos para lidar com o declínio no volume de remessas, após dois anos de bonança graças às compras online em tempos de pandemia

Ações da companhia respondem com queda à piora das previsões de lucro
Por Thomas Black
21 de Junho, 2023 | 05:37 AM

Bloomberg — A FedEx Corp. (FDX) apresentou uma perspectiva de lucro para 2024 abaixo das expectativas dos analistas, em resposta à queda na demanda de remessas, que já compensa o plano de corte de custos de US$ 4 bilhões do CEO Raj Subramaniam.

O lucro ajustado no próximo ano fiscal deve ficar entre US$ 16,50 e US$ 18,50 por ação, projetou a empresa de courier sediada em Memphis. O ponto médio de US$ 17,50 está abaixo da média de US$ 18,31 compilada pela Bloomberg entre os analistas.

A empresa tem procurado reduzir as despesas à medida que o setor lida com um declínio no volume de pacotes, após dois anos de aumento da demanda impulsionada pelas compras online em tempos de pandemia. Recentemente, isso se inverteu, pois os consumidores passaram a gastar com entretenimento e serviços em vez de comprar produtos pela internet. Subramaniam disse aos analistas, em uma teleconferência, que o número de funcionários nos EUA caiu em 29.000 empregos no ano passado.

A FedEx pretende melhorar a lucratividade no próximo ano, enquanto enfrenta “um ambiente de demanda desafiador”, disse o diretor financeiro Michael Lenz no comunicado enviado hoje. Lenz se aposentará a partir de 31 de julho, informou a empresa em um comunicado separado.

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Esta manhã, antes da abertura das bolsas, as ações da FedEx chegaram a cair mais de 3%, para US$ 224,49, reduzindo uma queda de até 7,5% no afterhours de ontem.

A empresa registrou vendas de US$ 21,9 bilhões no quarto trimestre, encerrado em 31 de maio, marcando a terceira queda consecutiva. Os analistas esperavam US$ 22,7 bilhões. O lucro ajustado por ação foi de US$ 4,94, abaixo dos US$ 6,87 contabilizados no ano anterior e um pouco acima das expectativas dos analistas, de US$ 4,88. A margem operacional ajustada da FedEx foi de 8,1%, abaixo dos 9,2% registrados no ano anterior.

A unidade Express foi atingida de forma particularmente dura. Durante a pandemia, a empresa foi inundada com pacotes, pois o congestionamento dos portos forçou alguns remetentes a enviar seus produtos por frete aéreo. O transporte marítimo voltou ao normal e as companhias aéreas comerciais estão aumentando as operações de carga, forçando a FedEx a reduzir os voos e estacionar aviões mais antigos.

Os resultados operacionais da FedEx Express no trimestre “caíram devido a volumes globais menores, parcialmente compensados por despesas menores e rendimentos domésticos mais altos nos EUA”, disse a empresa. A unidade Ground também enfrentou um volume menor, embora tenha se beneficiado de “maior receita por pacote e ações de redução de custos”.

A FedEx Ground também recebeu um impulso dos remetentes que já começaram a transferir o volume da rival United Parcel Service Inc. para a FedEx, devido à preocupação de que a força de trabalho sindicalizada da UPS poderia entrar em greve a partir de 1º de agosto.

Previsão de lucros

Com a meta de lucros que traçou para 2024, a FedEx tentará evitar os erros que forçaram a empresa a reduzir o alvo do ano passado. Subramaniam estabeleceu as expectativas nessa época, há um ano, e depois teve de reduzir a meta em setembro, ao apresentar o plano acelerado de corte de custos, que foi aumentado em dezembro para US$ 4 bilhões de economia até o ano fiscal de 2025.

Mais recentemente, ele disse que a empresa conseguiria economizar outros US$ 2 bilhões até o ano fiscal de 2027 com um plano para integrar suas duas redes de entrega distintas.

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A FedEx espera que seu plano reduza os custos permanentemente em US$ 1,8 bilhão no ano fiscal de 2024.

No último trimestre, as vendas da unidade Express caíram 13%, para US$ 10,4 bilhões, devido a uma queda de 3% no preço médio por pacote e de 7% no volume de remessas.

A unidade Ground teve vendas de US$ 8,3 bilhões, uma queda de 2,3% em relação ao ano anterior e um pouco abaixo das expectativas dos analistas de US$ 8,4 bilhões. O preço médio por pacote aumentou 4,9% na unidade terrestre, mas o volume caiu 6%.

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