Títulos de emergentes como Brasil têm espaço para ganhos, diz Morgan Stanley

Analistas do banco de investimento apontam que alguns papéis soberanos de alto risco podem se valorizar com inflação mais moderada e corte de juros

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Bloomberg — Alguns dos títulos soberanos de maior risco nos mercados emergentes parecem atraentes e têm espaço para valorização, com inflação mais moderada e cortes de juros, segundo o Morgan Stanley.

“A alocação das carteiras deve voltar a ir do grau de investimento para o alto rendimento, com base tanto nos valuations quanto no posicionamento”, escreveram estrategistas do banco liderados por Simon Waever. “Quase todo o valor está na classificação B e abaixo.”

Já houve uma valorização dos títulos de classificação de risco mais baixas dos mercados emergentes, com bom desempenho para os títulos externos de El Salvador, Nigéria e Turquia este mês.

Os ventos favoráveis já estão precificados em dívidas com grau de investimento e classificação BB, que oferecem “pouco valor” à medida que os spreads aumentam, escreveram Waever e os colegas Neville Mandimika, Bode Pascal e Emma Cerda.

A dívida de alto risco de mercados emergentes deu retorno médio de quase 3% até agora este mês, e os maiores ganhos vêm dos títulos de países com classificação CCC, enquanto os de nações em desenvolvimento com grau de investimento estão praticamente no zero a zero.

Os estrategistas do Morgan Stanley dizem que mudaram para uma posição neutra em dívida de alto rendimento, em vez de favorecer o grau de investimento.

Suas recomendações incluem posicionamento em títulos com vencimentos mais longos no segmento de menor risco entre os de alto rendimento, como Brasil.

Eles veem melhores retornos para dívida externa em dólar do que em euro, e preferem títulos a apostas através de derivativo de proteção contra calote, o chamado credit default swaps, ou CDS.

Entre os papéis de altíssimo risco, o Morgan Stanley disse que as notas com vencimento em 2035 de Gana, 2026 da Ucrânia, 2024 da Zâmbia, 2041 de El Salvador e 2041 da Argentina são as escolhas “certas”.

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