Bloomberg — A inflação nos Estados Unidos não deverá desacelerar tão rapidamente quanto os mercados estão precificando, de acordo com estrategistas do Goldman Sachs (GS).
Os investidores podem estar assumindo que uma desaceleração acentuada no crescimento levará a um alívio mais rápido das pressões de preços e tendem a ser mais pessimistas nos preços de energia do que o implícito nos futuros de commodities, escreveram estrategistas liderados por Praveen Korapaty em nota na sexta-feira (16).
O time do banco vê uma capacidade limitada desses eventos baixarem os preços e diz que os mercados também estão ignorando o potencial de “inflação tardia” em setores como o de saúde.
“Embora esperemos mais quedas na inflação daqui para frente, os mercados parecem consideravelmente mais otimistas do que nós sobre o ritmo de resfriamento”, disseram os estrategistas.
O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) interrompeu sua série de aumentos nas taxas de juros na quarta-feira (14). Os formuladores de políticas, contudo, projetam que as taxas deverão subir mais do que o esperado anteriormente em resposta às pressões de preços surpreendentemente persistentes e à força do mercado de trabalho.
Enquanto isso, as expectativas de inflação de curto prazo nos EUA caíram no início de junho para o menor patamar em mais de dois anos, ajudando a elevar o sentimento do consumidor.
O chefe de pesquisa da Fundstrat, Tom Lee, disse em nota na sexta-feira (16) que os aumentos de preços podem diminuir, potencialmente este ano e possivelmente em meio à uma queda no componente de habitação ou aluguel do índice de preços ao consumidor.
O mercado de ações está começando a adotar essa visão e provavelmente explica grande parte dos ganhos acumulados no ano, disse ele.
“O Fed pode acabar com essa guerra inflacionária (também conhecida como pivô) quando o público acreditar que a inflação está quebrada”, disse Lee, e seu melhor palpite é que “será em algum momento de 2023″.
O Goldman, por sua vez, ainda tem uma recomendação para aqueles que compartilham o ponto de vista de que os aumentos de preços permanecerão rígidos. Os estrategistas do banco sugerem que os investidores comprem swaps de um ano para apostar em uma inflação mais alta do que os preços atuais de mercado.
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