Bloomberg — Elon Musk disse durante uma conferência em Paris que comprou o Twitter porque a rede social estava tendo um “efeito corrosivo” na sociedade e que seu objetivo era melhorá-la.
“Minha esperança era mudar isso e tornar o Twitter algo positivo para a sociedade”, afirmou ele na conferência VivaTech na sexta-feira (16), diante de uma multidão de cerca de 4.000 pessoas. Musk disse acreditar que a maioria dos usuários regulares do Twitter defenderia que a experiência no site melhorou.
Musk também expressou otimismo sobre a capacidade da nova CEO Linda Yaccarino de conseguir anunciantes. O uso da rede está em alta e “quase todos os anunciantes disseram que voltaram ou voltarão”, disse ele, que também é CEO da Tesla (TSLA).
Quando Musk assumiu, os anunciantes começaram a fugir do Twitter porque estavam preocupados com o tipo de conteúdo ao lado do qual seus anúncios apareceriam. Desde outubro, a receita de publicidade da companhia caiu 50%, disse Musk em março.
O Twitter recentemente perdeu dois executivos encarregados de garantir que o site fosse moderado para violência, discurso de ódio, pornografia e outros conteúdos que as empresas hesitam em promover seus produtos.
Musk contratou Yaccarino, ex-executiva de publicidade da NBCUniversal, para melhorar o relacionamento da empresa com as marcas. Ele disse que ela faria um “ótimo trabalho” lidando com as “preocupações dos anunciantes” ao publicar anúncios na rede social.
Ainda assim, ele brincou sobre sua compra de US$ 44 bilhões: “Se sou tão inteligente, por que paguei tanto pelo Twitter?”
Musk, que foi entrevistado no palco pelo veterano da indústria publicitária e presidente do Publicis Groupe SA, Maurice Levy, também usou a plataforma para repetir as preocupações sobre os perigos de deixar a inteligência artificial se desenvolver sem controle.
“Existe um grande perigo de a superinteligência digital ter consequências negativas”, disse o bilionário. “Se não tivermos cuidado ao criar inteligência artificial, podemos ter um resultado potencialmente catastrófico.”
Embora os resultados do uso da tecnologia – a qual chamou de a “mais disruptiva de todos os tempos” – também possam ser positivos, há “um risco para o público” e a tecnologia deve ser regulamentada, disse.
Musk também afirmou que a sua empresa, a Neuralink, fará seu primeiro implante humano ainda este ano. No mês passado, a companhia disse que recebeu aprovação da Food and Drug Administration (FDA), a Anvisa dos Estados Unidos, para conduzir ensaios clínicos em humanos.
Chamando o progresso de “lento”, Musk disse que o objetivo é restaurar o uso do corpo inteiro para uma pessoa que o perdeu.
Na sexta (16), ele almoçou com Bernard Arnault, o bilionário francês que ultrapassou temporariamente Musk e se tornou a pessoa mais rica do mundo. Musk recentemente recuperou seu título de homem mais rico depois que os investidores começaram a vender ações de luxo.
Musk também se reuniu com o presidente francês Emmanuel Macron, que fez lobby para Musk construir uma fábrica no país. Macron disse antes da reunião que queria discutir IA, mídia social e a estrutura regulatória para redes sociais.
-- Com a colaboração de Sara Frier
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