Em dia de vencimento de opções nos EUA, mercados operam voláteis

Enquanto se preparam para um pregão de volatilidade e grande volume de negociação, os investidores avaliam o cenário econômico e as notícias corporativas

Estes são os eventos que orientam os investidores hoje
Por Bianca Ribeiro - Michelly Teixeira
16 de Junho, 2023 | 06:43 AM

Barcelona, Espanha — (Esta é a versão atualizada de nota publicada originalmente às 6h43)

O entusiasmo dos mercados com o setor de tecnologia e o estímulo da China à sua economia se sobrepõem, neste momento, aos temores de que políticas monetárias restritivas na Europa e nos EUA desencadeiem uma recessão.

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Os futuros de índices dos Estados Unidos operavam com volatilidade e pequenas variações em direções contrárias. A previsão nos Estados Unidos é de uma jornada com grande volume de negócios e volatilidade, tendo em vista o vencimento de contratos de opções vinculados a ações e índices, que leva à rolagem de posições existentes ou a posições novas.

Já as bolsas europeias subiam e no mercado asiático, o fechamento também foi positivo, com destaque para o Nikkei 225, que subiu pela décima semana consecutiva, na maior sequência de ganhos em mais de 10 anos. A manutenção de juros negativos pelo Banco do Japão contribuiu para os ganhos do dia.

No mercado de dívida, o prêmio do título norte-americano para 10 anos subia para 3,725% às 6h33 (horário de Brasília). O dólar se apreciava pouco, assim como o euro e a libra.

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Os contratos de petróleo WTI recuavam, em direção contrária do ouro e do bitcoin, que se valorizavam.

→ O que move os mercados hoje

💰 Garantindo a provisão de chips. A Intel (INTC) deve receber perto de US$11 bilhões em subsídios da Alemanha para construir uma fábrica de chips no leste do país, segundo fontes da Bloomberg. A empresa havia adiado a empreitada no final de 2022 por aumento de custos de material e de energia e pediu mais recursos.

💲 Oposição ao bloqueio. A norte-americana Micron Technology (MU) pretende investir US$602 milhões em sua fábrica chinesa de empacotamento de chips. O anúncio ocorre semanas após o governo do país impor restrições ao uso de seus semicondutores “por questões de segurança cibernética”.

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📵 Barreira na UE. A Comissão Europeia instou os países membros a eliminar de suas redes móveis críticas os fornecedores de “alto risco”, como nomeou os fabricantes chineses de equipamentos da Huawei Technologies Co. e ZTE Corp. A Comissão também está banindo a Huawei e a ZTE de seus sistemas de comunicação corporativa.

🇨🇳 PIB menor. Os dados da China mais fracos do que o previsto em maio levaram economistas a reduzirem suas previsões de crescimento do PIB do país para 2023. O JPMorgan Chase cortou sua projeção de 5,9% para 5,5%, destacando a fraqueza do investimento privado e do setor imobiliário. A previsão do UBS passou de 5,7% para 5,2% e o Standard Chartered agora espera um PIB de 5,4%, ante estimativa anterior de 5,8%.

🗣️ Fed confuso? O ex-secretário do Tesouro, Lawrence Summers, qualificou o movimento do Fed desta semana de “confuso”. Na visão dele, os argumentos para a pausa da alta de juros na última quarta-feira não são consistentes com a previsão de mais dois aumentos de juros sinalizada pelo banco central. “Achei a ação do Fed um pouco confusa”, disse Summers em entrevista à Bloomberg TV.

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🎴 Juro segue negativo. O Banco do Japão (BoJ) manteve inalterada sua política monetária expansiva, prevendo uma desaceleração da inflação nos próximos meses. O Japão se mantém assim, na contramão de economias ocidentais como EUA e Europa, que indicaram nesta semana a necessidade de mais aumento de juros.

🪙 Desafio europeu. Depois de o BCE elevar os juros pela oitava vez seguida ontem e avisar que ainda há mais aperto pela frente, o Fundo Monetário Internacional (FMI) concordou que os preços na Zona do Euro exigem mais controle. “As perspectivas de inflação e a alta incerteza em relação à sua persistência sugerem que uma postura mais restritiva do que a atual”, reiterou o FMI.

🔍 Escrutínio cripto. A plataforma de negociação de criptoativos Abra foi acusada de fraude de valores mobiliários pelo regulador Texas State Securities Board, que entrou com uma ordem de cessação de emergência contra a empresa e o CEO Bill Barhydt. Segundo o regulador, a empresa estaria praticamente insolvente desde março e teria transferido ativos secretamente para a Binance Holdings, processada na semana passada pela Securities and Exchange Commission (SEC).

👎 Receita menor. O Deutsche Bank AG estima uma queda de 15% a 20% em sua receita derivada de transações em renda fixa, entre abril e junho, em comparação com o mesmo trimestre de 2022, quando houve um aumento de mais de 30%. Trata-se do primeiro grande banco de investimentos na Europa a alertar para uma piora significativa de sua receita comercial neste segundo trimestre.

Os mercados esta manhã

🟢 As bolsas ontem (15/06): Dow Jones Industrials (+1,26%), S&P 500 (+1,22%), Nasdaq Composite (+1,15%), Stoxx 600 (-0,13%), Ibovespa (+0,13%)

Retomada vigorosa da valorização no dia que sucedeu a reunião do Fed. No Brasil, no entanto, o Ibovespa perdeu força com a queda principalmente das ações da Petrobras depois de anúncio de novo corte nos preços de combustíveis.

Saiba mais sobre o vaivém dos Mercados e se inscreva no After Hours, a newsletter vespertina da Bloomberg Línea com o resumo do fechamento dos mercados.

Na agenda

Esta é a agenda prevista para hoje:

EUA: Confiança do Consumidor Michigan/Jun

Europa: Zona do Euro (IPC/Mai, Salários e Custo da Mão de Obra/1T23, Reuniões ECOFIN ); Reino Unido (Expectativa de Inflação); Itália (IPC/Mai, Balança Comercial/Mai)

América Latina: Brasil (IGP-10/Jun; IBC-Br/Abr)

Bancos centrais: Decisão sobre a Taxa de Juros (BoJ), Discursos de James Bullard, Christopher Waller (Fed), Joachim Nagel (Bundesbank)

🗓️ Os eventos de destaque na semana →

(Com informações da Bloomberg News)

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Bianca Ribeiro

Bianca Ribeiro

Jornalista especializada em economia e finanças, com passagem por redações e veículos focados em economia, como Valor Econômico, Agência Estado e Folha de S.Paulo.

Michelly Teixeira

Jornalista com mais de 20 anos como editora e repórter. Em seus 13 anos de Espanha, trabalhou na Radio Nacional de España/RNE e colaborou com a agência REDD Intelligence. No Brasil, passou pelas redações do Valor, Agência Estado e Gazeta Mercantil. Tem um MBA em Finanças, é pós-graduada em Marketing e fez um mestrado em Digital Business na ESADE.