Bloomberg — Quase ninguém quer ficar de fora do rápido rali visto nas ações de tecnologia dos Estados Unidos. Ao menos é o que avaliam gestores de fundos de investimento consultados pelo Bank of America (BAC) em sua pesquisa global mais recente, do mês de junho.
O levantamento mostrou que os investidores estão “exclusivamente comprados” (aposta na alta) em ações de tecnologia em meio ao burburinho em torno da inteligência artificial. A posição comprada em big techs foi a mais movimentada, segundo 55% dos participantes – a convicção mais forte para esses papéis desde 2020.
Ainda assim, os gestores permanecem amplamente “underweight” (abaixo da média do mercado) em ações, já que o sentimento – medido por níveis de caixa, expectativas de crescimento econômico e alocação de ativos – permanece “teimosamente baixo”, escreveu o estrategista do BofA, Michael Hartnett, em nota.
Os investidores cortaram suas posições em ações para uma mínima de cinco meses.
O frenesi em torno da IA e as apostas de uma pausa nos aumentos das taxas de juros do Federal Reserve ajudaram a elevar o S&P 500 na semana passada.
Apesar de dados melhores que o esperado na inflação americana CPI divulgada nesta terça-feira (13), sinalizando espaço para uma pausa do aperto em junho, a cautela prevaleceu na pesquisa.
Segundo o BofA, 59% dos participantes não acham que o Fed terminou seu ciclo de aperto monetário. É uma reversão acentuada em relação ao mês anterior, quando 61% apostavam que o banco central havia feito seu último aumento.
Os participantes estão otimistas sobre o impacto da IA nos próximos dois anos, com 40% esperando que ela aumente os lucros corporativos, disse o estrategista Michael Hartnett.
Confira a seguir outros destaques da pesquisa, realizada de 2 a 8 de junho, com 247 participantes que somam US$ 708 bilhões em ativos sob gestão:
- Expectativas de crescimento para a China recuaram para níveis vistos em novembro de 2022;
- As expectativas de lucro tornaram-se menos pessimistas; os investidores agora esperam uma desaceleração global de 0,6% nos próximos 18 meses;
- Alocação média de caixa caiu para 5,1% em junho, ante 5,6% em maio;
- 19% esperam que ações de valor superem as de crescimento, enquanto 37% acham que as empresas de grande capitalização superarão as de pequena capitalização.
-- Com a colaboração de Michael Msika
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