Braskem: Unipar faz proposta para comprar fatia da Novonor, ex-Odebrecht

Empresa propõe adquirir o controle da Braskem por meio de uma oferta pública de ação (OPA) que pode ser aberta também para a Petrobras; valor não foi informado

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Bloomberg Línea — A Unipar (UNIP6) fez uma proposta não vinculante para adquirir a participação da Novonor (ex-Odebrecht) na petroquímica Braskem (BRKM5). Em fato relevante divulgado na noite de sábado (10), a Unipar informou que a proposta inclui o pagamento parcial por parte dos bancos credores e novas condições para o saldo da dívida remanescente. Segundo o comunicado, a Novonor teria a possibilidade de continuar com uma participação minoritária indireta na Braskem. O valor da proposta não foi informado.

A Unipar afirmou que também pretende negociar com a Petrobras (PETR3;PETR4) a participação da empresa na operação de alienação do controle na Braskem. A Novonor diz que não irá comentar. A Braskem e a Petrobras não responderam imediatamente aos pedidos de comentários feitos pela Bloomberg Línea fora do horário comercial.

A Novonor tem atualmente 50,1% do capital votante da Braskem, enquanto a Petrobras detém outros 47%. Os demais 2,9% estão nas mãos de outros acionistas minoritários.

Há anos a Braskem é vista como um dos principais ativos da Novonor e da Petrobras. No caso da Novonor, uma eventual venda poderia ser utilizada para reduzir seu endividamento.

Outras empresas também já demonstraram em adquirir a participação na Braskem. No último dia 19 de maio, a Petrobras informou que recebeu carta da gestora norte-americana Apollo Management e da Empresa Nacional de Petróleo de Abu Dhabi (Adnoc) com informações sobre proposta não vinculante para aquisição da participação da Novonor (ex-Odebrecht) na Braskem.

A proposta da Unipar inclui uma oferta pública de ação (OPA) para a aquisição dos papéis por alienação do controle da Braskem. Segundo a empresa, a operação envolve a compra de ações ordinárias e ações preferenciais classe A e B de titularidade dos acionistas minoritários da Braskem e uma oferta para a aquisição da totalidade das ações preferenciais classe A representadas por ADRs e listadas na Bolsa de Nova York.

“A proposta de aquisição da Braskem está consistente e aderente com o direcionamento estratégico comunicado ao mercado”, disse Maurício Russomano, CEO da Unipar, em comunicado à imprensa.

Segundo a companhia, as condições para a proposta de aquisição indireta da participação da Novonor na Braskem devem atender algumas condições, como tratativas com Petrobras e bancos credores; possível refinanciamento, trocando parte da atual dívida por debêntures; eventuais aprovações necessárias de outros credores da Braskem e pelo juiz da recuperação judicial; e a análise pela Comissão de Valores Monetários (CVM), Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e autoridades antitruste dos países nos quais a Unipar e a Braskem tenham atuação.

No primeiro trimestre de 2023, a Unipar apresentou receita líquida de R$ 1,57 bilhão, com crescimento de 9,2% sobre os três meses finais de 2022 e queda de 17,1% na comparação anual. O Ebitda (métrica que indica o resultado operacional) atingiu R$ 490 milhões (+71% e -41%, respectivamente).

Em entrevista recente à Bloomberg Línea, o CEO da Unipar afirmou que a empresa tinha um plano agressivo de crescimento, com meta de dobrar de tamanho, e uma das maneiras de se expandir é por meio de aquisições.

“Nos preparamos bastante nos últimos anos, estamos com caixa de R$ 1,4 bilhão e dívida líquida praticamente zero. Temos capacidade não só de investir com equity mas também com alavancagem. Estamos no momento avaliando e buscando alternativas para continuar crescendo e a Braskem é uma das grandes empresas do Brasil. É uma das companhias que estamos avaliando”, disse Russomanno na entrevista à época.

-- Com colaboração de Juliana Estigarríbia. Atualizada às 9h53 para incluir a resposta da Novonor.

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