El Niño mais intenso assombra CEOs dos EUA com risco de caos climático

Aquecimento das águas do Pacífico acima do normal previsto para este ano tende a elevar as temperaturas e provocar fenômenos climáticos mais intensos

Uma lagoa está seca devido à uma seca induzida pelo El Niño
Por Redd Brown
11 de Junho, 2023 | 07:33 AM

Bloomberg — Os principais executivos dos Estados Unidos passam cada vez mais tempo discutindo algo completamente fora de seu controle: o clima. Durante o segundo trimestre, o tema foi discutido nas teleconferências de resultados das empresas do S&P 500 mais do que em qualquer período desde 2019, segundo dados compilados pela Bloomberg.

E não são apenas comentários dos executivos – as perguntas de analistas relacionadas ao clima mais do que dobraram em relação ao primeiro trimestre, mostram os dados.

Esse interesse renovado em questões meteorológicas é resultado dos temores dos investidores com a previsão de chegada de um El Niño destrutivo mês que vem, na esteira de meses de tempestades intensas e neve que causaram danos extensos nos Estados Unidos.

O aumento da preocupação com o clima é generalizado em todos os setores da economia americana, mostram os dados, mas é mais pronunciado entre as empresas de serviços públicos e de consumo, ilustrando o amplo impacto econômico do clima extremo.

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Mas este impacto está longe de ser homogêneo. Por um lado, a fabricante de tratores e colheitadeiras Deere conta com condições úmidas para impulsionar a demanda dos agricultores após secas nas safras passadas, e a elétrica Pinnacle West se beneficiou recentemente de um longo período de frio no Arizona, que aumentou a demanda por aquecimento.

Menções sobre o clima nas teleconferências de resultados do 2º tri

Por outro lado, invernos severos demais prejudicaram a elétrica CMS Energy, no Michigan, e a aérea Alaska Air.

No caso da Alaska Air, a empresa teve prejuízo por causa do inverno extremo. O CEO Benito Minicucci agora está empenhado em reforçar a capacidade da empresa de mitigar ao máximo o efeito das intempéries.

A última vez que o clima pesou tanto para executivos e analistas nos EUA também coincidiu com um El Niño, em 2019. O fenômeno ocorre quando o Pacífico equatorial se aquece e reage com a atmosfera, influenciando os padrões climáticos em todo o planeta.

Este ano, o El Niño pode trazer um dos verões mais quentes já registrados na América do Norte, onde a estação começa no final de junho, tempestades mais intensas em todo o mundo e trilhões de dólares de atividade econômica perdida.

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