UFC: Brasil vai alavancar base de assinantes do nosso streaming, diz Dana White

CEO do UFC diz em entrevista à Bloomberg Línea que meta é alcançar 1 milhão de assinantes no país do recém-lançado UFC Fight Pass e conta impacto da fusão com a WWE

UFC quer expandir streaming no mercado brasileiro, de olho no histórico do país em MMA
09 de Junho, 2023 | 09:54 AM

Bloomberg Línea — A distribuição de conteúdo por meio de streaming próprio se tornou a grande aposta da empresa Ultimate Fighting Championship (UFC), do grupo Endeavor, para crescer. No Brasil, a companhia planeja atingir um milhão de assinantes no serviço UFC Fight Pass, lançado no início deste ano.

O UFC se tornou um grande negócio em torno das artes marciais mistas (MMA, na sigla em inglês), que envolve direitos de transmissão televisiva, merchandising, vendas de ingressos e canal ao vivo exclusivo (pay-per-view). No passado recente no Brasil, com ídolos como Anderson Silva, Vitor Belfort e Rodrigo Minotauro, entre outros, foi uma das modalidades mais populares em combates na TV.

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“O streaming já é um grande negócio para nós globalmente. Temos diversos acordos televisivos em diferentes países, mas o UFC Fight Pass tem muito a oferecer, é para os fãs cativos ou casuais”, afirmou o CEO do UFC, Dana White, em entrevista à Bloomberg Línea.

White disse que o catálogo do UFC Fight Pass tem desde lutas ao vivo e conteúdo original até eventos de outros promotores. “Temos conteúdo exclusivo em português. Achamos que o streaming é o futuro e esperamos ter mais de um milhão de assinantes do UFC Fight Pass no Brasil”, disse.

O ex-pugilista relacionou o potencial do MMA no Brasil às suas origens. “Quando olhamos para trás, em meados de 1993, o país dominava o MMA, com algumas das maiores estrelas do mundo. Sempre teve muitos talentos. Aliás, o esporte nasceu no Brasil, com a família Gracie.”

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O executivo disse que a edição UFC 289, que acontece neste sábado (10) em Vancouver, no Canadá, será um teste importante para o streaming. Isso porque o evento contará com dois brasileiros que estão se destacando na modalidade: Amanda Nunes e Charles Oliveira.

Os dois estarão nas lutas principais da edição. “Esperamos sucesso pelo pay-per-view como sempre, mas a grande questão é como deve ser o desempenho do Fight Pass no Brasil. É uma nova aventura para nós, acabamos de lançar [o serviço] e estamos mostrando às pessoas que elas podem assistir a luta pelo Fight Pass”, disse White.

No Brasil, o serviço UFC Fight Pass começou a vigorar no início do ano com dois planos: R$ 29,90 na assinatura mensal ou R$ 24,90 por mês no plano anual.

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O negócio de transmissão de eventos esportivos pelo streaming não é uma novidade, mas ainda cresce gradualmente. A DAZN, por exemplo, é considerada a maior plataforma de esportes do mundo. No Brasil, tem mensalidade de R$ 34,90 e preço anual de R$ 199,90.

Outras plataformas têm incluído em seus catálogos os esportes ao vivo, como a Star+, que em parceria com a ESPN transmite jogos ao vivo de torneios como a Copa Libertadores da América, da Conmebol, além da NBA e da MLB (Major League Baseball), dos Estados Unidos.

Para White, o MMA tem potencial para ter maior alcance “O UFC vem crescendo ao longo dos últimos anos porque temos entrado em territórios que nunca estivemos, chegando a mais pessoas.”

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União com WWE

Em abril, o grupo Endeavor acertou a fusão do UFC com a World Wrestling Entertainment (WWE), de luta livre, criando um novo conglomerado de capital aberto com valor de US$ 21 bilhões. Os acionistas da WWE vão transferir suas ações para uma nova empresa, que será listada na Bolsa de Nova York, a NYSE, com o ticker “TKO” - sigla que significa nocaute em inglês.

Dana White, CEO do Ultimate Fighting Championship (UFC): aposta no potencial de engajamento de fãs brasileiros em sua plataforma de streaming (Foto: Brent Lewin/Bloomberg)

A WWE e o UFC estarão sob o mesmo guarda-chuva, mas com administrações separadas, explicou White. “Vou administrar minha empresa como sempre, e eles [WWE] vão gerir a companhia deles”, disse o executivo.

A diferença, segundo ele, é que o acordo adiciona valor à WWE no campo de patrocínios, licenciamentos, entre outros. “Podemos aumentar a receita e fazer uma companhia muito poderosa”, disse White.

Em 2022, a Endeavor reportou receita líquida de US$ 5,26 bilhões, ante US$ 5,07 bilhões no ano anterior. Já a WWE registrou receita de US$ 1,3 bilhão no ano passado, ante US$ 1,09 bilhão em 2021.

Para o futuro, White afirmou que a meta é continuar ampliando o tamanho do mercado e descobrir novas estrelas do MMA. “Vamos seguir em busca de novos talentos e os levando para o mundo inteiro. Somos uma empresa global e um esporte global”, afirmou.

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Juliana Estigarríbia

Jornalista brasileira, cobre negócios há mais de 12 anos, com experiência em tempo real, site, revista e jornal impresso. Tem passagens pelo Broadcast, da Agência Estado/Estadão, revista Exame e jornal DCI. Anteriormente, atuou em produção e reportagem de política por 7 anos para veículos de rádio e TV.