Bloomberg — O UBS (UBS) fechou um acordo com o governo suíço para cobrir 9 bilhões de francos (US$ 9,9 bilhões) de eventuais perdas que incorram com o resgate do Credit Suisse (CS), eliminando um grande obstáculo para a conclusão de uma aquisição histórica.
O acordo foi assinado nesta sexta (9) e cobrirá uma carteira específica de ativos do Credit Suisse, correspondente a cerca de 3% dos ativos combinados dos bancos unidos, informou o governo em um comunicado. Isso representa cerca de 44 bilhões de francos.
Com o acerto, se elimina um dos últimos bloqueios à aquisição de US$ 3,3 bilhões, intermediada pelo governo em março, quando o Credit Suisse tinha risco crescente de quebra.
O UBS havia pressionado para obter proteção contra perdas difíceis de prever de um conjunto de ativos de seu então rival que ele planeja liquidar ou vender. O banco suíço disse recentemente que o fechamento do negócio poderia ocorrer já na segunda-feira (12), criando um titã financeiro com o dobro do tamanho da economia suíça.
De acordo com os termos, o UBS assumirá os primeiros 5 bilhões de francos de perdas, com o governo se responsabilizará pelos 9 bilhões seguintes. A carteira de ativos a ser coberta inclui principalmente empréstimos, derivativos, ativos herdados e produtos estruturados da unidade não essencial do Credit Suisse.
Será adotada uma abordagem líquida ao calcular as perdas, o que significa que quaisquer lucros da carteira também serão levados em conta. O governo disse que a “prioridade” dele e do banco é minimizar as perdas e evitar o máximo possível o uso da proteção contra perdas. O CEO do UBS, Sergio Ermotti, também disse recentemente que as perdas para o Estado no acordo são “excepcionalmente improváveis”.
O acordo permanece em vigor até a liquidação final da carteira e o UBS pagará ao governo várias taxas pelo apoio, incluindo uma taxa inicial de 40 milhões de francos, bem como uma taxa anual de 0,4% em cima dos 9 bilhões de francos.
Opinião do governo
O governo deverá ter uma palavra a dizer sobre como os ativos serão administrados e também terá um assento em um comitê de supervisão recém-formado, informou o UBS no início desta semana. O banco precisa manter sua sede na Suíça para receber o pagamento nos termos do acordo de proteção contra perdas.
O UBS também se beneficia de um período de carência de mais de dois anos antes que a Suíça imponha maiores exigências de capital relacionadas à aquisição. Um aumento no capital acionado pelo tamanho maior do banco combinado será introduzido gradualmente a partir do início de 2026.
O UBS também recebe uma série de outros benefícios regulatórios, incluindo a permissão temporária para usar algumas regras que se aplicavam ao Credit Suisse, bem como a manutenção de suas regras atuais de liquidez. Ambos os bancos poderão continuar com seus métodos atuais de cálculo dos ativos ponderados pelo risco.
O UBS tem cerca de três meses para fornecer ao governo uma proposta de plano de negócios sobre como irá liquidar os ativos cobertos pelas garantias e os valores esperados de perdas líquidas. O plano quinquenal precisa incluir projeções financeiras, um plano de capital com previsões de ativos ponderados pelo risco e estratégias de saída e liquidação.
As duas partes também têm 90 dias após o fechamento do negócio para avaliar se precisam adicionar ou remover itens do conjunto identificado de ativos para liquidação. Depois disso, o UBS pode apresentar uma solicitação ao governo para remover outros ativos se considerar que haveria mais valor em mantê-los e que a venda ou a liquidação acarretaria uma perda líquida. O governo deve concordar.
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