Carlyle mira Série A italiana e reforça apetite do private equity pelo futebol

Gigantes globais e empresas no Brasil olham cada vez mais o esporte como oportunidade de investimento com retornos atraentes; Carlyle quer direitos de mídia

O atacante Lautaro Martinez comemora gol com colegas da Inter de Milão, que disputa neste sábado a final da Champions League contra o Manchester City (Foto: Marco Luzzani/Getty Images)
Por Dani Burger
07 de Junho, 2023 | 12:23 PM

Bloomberg — O Carlyle Group enxerga muitas oportunidades para crescer ainda mais no esporte mais popular do mundo e continua interessado em um acordo pelos direitos de mídia do futebol italiano.

O managing partner do Carlyle, Marco De Benedetti, disse nesta quarta-feira (7) que a gigante global de private equity está em busca de mais negócios esportivos, durante a conferência SuperReturn International, de negócios justamente na indústria de private equity, em Berlim.

“Futebol e esportes em geral provaram ser uma propriedade muito valiosa que tem mais potencial para explorarmos”, disse De Benedetti em entrevista à Bloomberg TV.

É uma tendência que ganha força também no Brasil, como foi o caso da Treecorp, empresa de private equity que anunciou no mês passado a compra da Sociedade Anônima de Futebol (SAF) do Coritiba.

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“Estudamos muito o mercado, montamos um modelo e concluímos que o Coritiba é o clube que oferece as melhores oportunidades de desenvolvimento e crescimento das receitas entre os ativos disponíveis no mercado”, disse Bruno D’Ancona, sócio-diretor da Treecorp, à Bloomberg Línea.

No Brasil, a XP (XP) é outro player que tem investido no potencial de negócios do futebol, por meio de atuação de sua área de IB (Investment Banking), ao assessorar investidores interessados em SAFs como a do Cruzeiro - vendida para o ex-jogador Ronaldo no fim de 2021 -, de olho em um relacionamento de longo prazo. Há também a discussão de uma liga profissional dos maiores clubes do país.

A Carlyle está entre as empresas de aquisições que buscam ganhar exposição aos direitos de mídia do futebol, à medida que as ligas europeias buscam mais dinheiro e experiência.

Esses acordos já foram fechados na Espanha e na França, e a Itália pode ser a próxima. A liga profissional do país, a Serie A, quer atrair grandes bancos e investidores internacionais para ajudar a fortalecer suas finanças depois de lutar por anos para encontrar patrocinadores.

“Agora, finalmente, um consultor foi nomeado para esse processo”, disse De Benedetti sobre um possível acordo de direitos de mídia envolvendo a Serie A. “Isso certamente é algo em que estamos interessados.”

A Serie A já foi vista como a principal liga de futebol do mundo, principalmente na década de 1990 e em parte dos anos 2000, apresentando lendas do esporte como Paolo Maldini e Alessandro Del Piero. Mas sofreu anos de negligência financeira.

A receita para a temporada 2020/2021 afetada pelo Covid 19 foi de cerca de € 2,5 bilhões (€ 2,7 bilhões) de acordo com a Deloitte, enquanto a Premier League da Inglaterra gerou mais que o dobro.

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Separadamente, De Benedetti disse que o Carlyle poderia fornecer algum financiamento em um dos maiores negócios do esporte mundial: uma potencial aquisição do Manchester United, um dos clubes mais populares e vitoriosos do mundo.

O executivo, no entanto, disse que a Carlyle Europe Partners - o braço europeu de aquisições da empresa - não tem planos de assumir uma participação minoritária no próprio clube de futebol.

O bilionário britânico Jim Ratcliffe está competindo com um grupo de investidores do Catar para comprar o Manchester United da família norte-americana Glazer. Outras empresas de investimento, incluindo a Elliott Investment Management, a Ares Management e a Oaktree Capital Group, de Howard Marks, estão dispostas a fornecer financiamento em qualquer negócio.

- Com colaboração de Marcelo Sakate, da Bloomberg Línea.

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