Boeing detecta nova falha e informa que atrasará entregas do ‘787 Dreamliner’

O mais recente problema na produção pode agravar a escassez de novos aviões num momento em que a indústria luta para atender à crescente demanda

A fabricante inspecionará as aeronaves já construídas em busca de peças defeituosas e poderá afetar até 90 “Dreamliners” já montados
Por Julie Johnsson
07 de Junho, 2023 | 05:32 AM

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Bloomberg — A Boeing Co. (BA) atrasará as entregas de seu jato ‘787 Dreamliner’ depois que peças defeituosas foram descobertas durante a produção, um revés num momento em que a fabricante de aeronaves trabalha para atender à crescente demanda por seus aviões de longo alcance.

A falha pode afetar cerca de 90 Dreamliners já construídos que ainda não foram entregues, informou a Boeing, bem como alguns aviões em sua linha de montagem final em North Charleston, Carolina do Sul. Cada aeronave será inspecionada em busca de calços de tamanho inadequado no estabilizador horizontal, uma pequena asa presa à cauda do jato.

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No curto prazo, a mais recente falha de produção da Boeing provavelmente agravará a escassez de novos aviões, uma vez que as companhias aéreas lutam para acompanhar o ritmo do aumento pós-pandemia das viagens aéreas. A fabricante de aviões norte-americana e sua rival, a Airbus SE, enfrentaram tensões com fornecedores e trabalhadores que estão limitando sua capacidade de aumentar a produção. A Boeing também enfrenta um defeito de fornecedor que afeta centenas de suas aeronaves 737 Max.

De acordo com a Boeing, a produção do Dreamliner não será interrompida. Os próximos estabilizadores horizontais que saírem da fábrica da fabricante de aeronaves em Salt Lake City serão construídos com calços que atendam às especificações de engenharia da Boeing. A Boeing disse que ainda espera entregar entre 70 e 80 de seus aviões de grande porte este ano e não alterou sua meta de construir quatro Dreamliners por mês até o final do ano.

A fabricante de aeronaves norte-americana interrompeu as entregas do 787 no início deste ano e está apenas se recuperando de pequenos defeitos estruturais que paralisaram o fornecimento do Dreamliner em 2021 e 2022. A Boeing pretende aumentar a produção do Dreamliner para um ritmo de 10 aviões por mês até meados da década, uma meta crucial para cumprir o objetivo do CEO Dave Calhoun de gerar US$ 10 bilhões em dinheiro até 2025 ou 2026.

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Resolver os problemas de produção é crucial para o fluxo de caixa da Boeing e para a missão de Calhoun de reduzir uma dívida de US$ 55 bilhões que se acumulou durante a pandemia e a paralisação global de seu 737 Max após dois acidentes fatais. A fabricante de aviões norte-americana e a Airbus também têm se esforçado para aumentar o trabalho em suas fábricas para acompanhar a crescente demanda por novos jatos.

Conversas com os órgãos reguladores

A Boeing e os órgãos reguladores dos EUA ainda estão determinando quais medidas, se houver, serão necessárias para a frota de 787 em serviço, informou a empresa. Os órgãos reguladores dos EUA não consideram as peças defeituosas do estabilizador, descobertas na semana passada, como um problema imediato de segurança de voo. Isso significa que os reparos de emergência não são necessários para os Dreamliners já em serviço comercial.

“A FAA está em estreita comunicação com a Boeing e garantirá que a Boeing tome as medidas adequadas para resolver a situação”, disse o órgão regulador do setor aéreo dos EUA. “A agência não emitirá novos certificados de aeronavegabilidade para o 787 até que a questão seja resolvida de forma satisfatória.”

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As ações da Boeing perderam seus ganhos após a notícia, terminando a sessão de ontem com queda de 0,7% em Nova York. Esta manhã, antes da abertura das bolsas, as ações caíam 0,39% (4h24 de Nova York), a US$ 206,48.

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