Mercados miram vitória dos EUA na Câmara e chance de pausa nas manobras do Fed

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Barcelona, Espanha — Os mercados iniciam junho com a perspectiva mais firme de que o calote da dívida nos Estados Unidos será evitado. Após aprovação na Câmara, a proposta segue para o Senado, onde não deve encontrar resistência. Há também a indicação de membros do Fed de que pode ocorrer uma pausa no aumento de juros neste mês, mas sem descartar a retomada do aperto após a análise de indicadores.

Os futuros de índices dos Estados Unidos operavam com ligeira alta e as bolsas europeias se recuperavam após três dias de baixa. O fechamento foi misto entre as bolsas asiáticas, com baixa no índice Hang Seng e ganhos do Nikkei.

Entre os destaques, as ações da Salesforce (CRM) recuavam cerca de 5,5% nas negociações antes da abertura do mercado ante uma previsão pior para as vendas, enquanto os papéis a Hewlett Packard Enterprise Co. (HPQ) se recuperavam após terem caído mais de 7% após o fechamento do mercado devido à projeção de receita menor do que o previsto.

No mercado de dívida, o prêmio do título norte-americano para 10 anos subia para 3,674% às 6h40 (horário de Brasília). O dólar se apreciava pouco ante outras divisas e o euro também, enquanto a libra retrocedia.

Os contratos de petróleo WTI mostravam volatilidade e o ouro se desvalorizava, na mesma direção do bitcoin, situado abaixo de US$ 27.000.

→ O que move os mercados hoje

⏯️ Intervalo? O governador do Fed Philip Jefferson, indicado para a vice-presidência do banco central norte-americano, disse que um salto no ciclo de aumentos de juros daria ao Fed tempo para avaliar os dados econômicos, ideia apoiada também por Patrick Harker, da filial de Filadélfia. Antes do encontro de junho, há um relatório de empregos que será conhecido nesta sexta-feira (2).

↕️ Sinais controversos. Os dados de manufatura na China, medidos pela Caixin em maio, mostraram expansão da atividade (50,9), o que contrasta com a retração apontada por dados oficiais na véspera e com as previsões do mercado. Para Wendy Liu, estrategista do JPMorgan, a economia do país não está piorando nem melhorando, mas no segundo semestre deve ter uma firme recuperação.

🆙 Atualização Pro. A Apple (AAPL) deve lançar em breve novos computadores de mesa voltados para profissionais como editores de vídeo ou designers gráficos. Segundo a Bloomberg, a empresa está testando dois novos Macs de última geração. Uma das máquinas terá um chip M2 Ultra que substituiria o modelo usado no Mac Studio, anunciado em março de 2022.

🤖 IA em reuniões. O Alibaba (BABA) está integrando seu sistema de inteligência artificial mais avançado em seu aplicativo de mensagens DingTalk, que se assemelha ao Slack, e a um assistente de reunião chamado Tingwu. A ferramenta, que agora está aberta para o público experimentar, ajuda a analisar arquivos de áudio e vídeo e gerar resumos de texto.

⚖️ Ouro argentino. O governo da Argentina disse que a Newmont (NEM), maior mineradora de ouro do mundo, investirá US$540 milhões para prolongar até 2034 as operações da mina Cerro Negro, na província de Santa Cruz, que gerou exportações de US$500 milhões em 2022. Conforme a empresa, excluindo o que já foi aportado no projeto, os custos de desenvolvimento futuro são estimados entre US$350 milhões e US$450 milhões.

💸 Lapso milionário. A BHP (BHP) terá que desembolsar pelo menos US$280 milhões para corrigir erros de cálculo cometidos desde 2010 em relação ao tempo de férias e licenças de cerca de 28.500 trabalhadores na Austrália, país que concentra 60% da equipe da maior mineradora do mundo.

🧧 Cortejo ao capital. Em um cenário de relação fragilizada com os EUA e dados econômicos decepcionantes, a China abriu as portas nos últimos dias a líderes empresariais globais, incluindo Jamie Dimon, do JP Morgan (JPM), e Elon Musk, da Tesla (TSLA), para deixar claro que está aberta ao capital estrangeiro. Executivos da Starbucks, Franklin Templeton e Arm também se reuniram com o alto escalão do governo chinês, e o CEO da Nvidia (NVDA), Jensen Huang, também deve ir para a China este mês.

✈️ Aliança em risco. A American Airlines (AAL) recorrerá da decisão judicial que determinou o fim de sua aliança operacional com a JetBlue Airways (JBLU), a chamada Northeast Alliance, por violação de leis antitruste. A parceria criada em 2020 visa competir com a Delta Air Lines (DAL) e a United Airlines (UAL) em Nova York e Boston.

🟢 As bolsas ontem (31/05): Dow Jones Industrials (-0,41%), S&P 500 (-0,61%), Nasdaq Composite (-0,63%), Stoxx 600 (-1,07%), Ibovespa (-0,58%)

O rali do setor tecnológico perdeu impulso e as bolsas norte-americanas fecharam em queda, apesar da perspectiva de uma pausa no aperto monetário sinalizada por alguns integrantes do Federal Reserve (Fed).

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Na agenda

Esta é a agenda prevista para hoje:

• PMI Industrial: EUA, Zona do Euro, Reino Unido, Alemanha, França, Itália, México, Brasil

• EUA: Índice ISM de Emprego, Pedidos Iniciais de Seguro Desemprego, Empregos Privados-ADP/Mai, Demissões Anunciadas-Challenger/Mai, Produtividade e Custo de Mão de Obra/1T23, Estoques de Petróleo Bruto

• Europa: Zona do Euro (IPC/Mai, Taxa de Desemprego/Abr); Reino Unido (Crédito ao Consumidor-BoE/Abr, Massa Monetária/Abr, Aprovações de Hipotecas/Abr, Índice de Preços de Imóveis-Nationwide); Alemanha (Vendas no Varejo/Abr); França (Balanço Orçamentário do Governo/Abr); Itália (Taxa de Desemprego/Abr, Licenciamento de Veículos/); Espanha (Licenciamento de Veículos/Mai)

• Ásia: Hong Kong (Vendas no Varejo/Abr); Japão (Base Monetária/Mai)

• América Latina: Brasil (PIB/T23, Balança Comercial/Mai); Argentina (Receita Tributária)

• Bancos centrais: Discursos de Patrick Harker(Fed) e Christine Lagarde (BCE), Saldos de Reservas com Bancos(Fed), Ata da Reunião de Política Monetária do BCE e do Banco do México