Rali das ações tech tem fôlego para continuar? Citi e Barclays divergem

Com alta de 31% do índice Nasdaq 100 nos EUA no ano, estrategistas dos dois bancos apontam fatores que sustentam as suas respectivas visões

Estrategista Chris Montagu avalia que os níveis de lucro estão elevados
Por Sagarika Jaisinghani
31 de Maio, 2023 | 12:10 PM

Bloomberg — Depois da alta de 31% do Nasdaq 100 neste ano - até terça-feira (30) -, alguns estrategistas do mercado discutem se o índice, que reúne as ações de tecnologia dos Estados Unidos, tem espaço para novos ganhos. Ainda não há consenso no mercado se o posicionamento dos investidores está ficando saturado e se isso poderá colocar pressão sobre os ganhos auferidos até agora.

O estrategista do Citigroup (C), Chris Montagu, destaca que as posições compradas (aposta na alta) em futuros do Nasdaq 100 estão no maior patamar em três anos e avalia que os níveis de lucro estão elevados.

“Os riscos das posições estão muito inclinados para a realização de lucros, o que poderia criar um vento contrário à alta em curso”, escreveu Montagu em relatório na terça-feira (30).

Já Emmanuel Cau, do Barclays (BCS), ainda vê espaço para novos ganhos em tecnologia, à medida que os investidores cedem ao FOMO (”Fear of Missing Out”, ou o medo de ficar de fora, em tradução livre).

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Ele mantém uma recomendação de overweight (acima da média do mercado, equivalente a compra) para o setor, dizendo que a exposição mais ampla às ações “é, na melhor das hipóteses, neutra”, apesar do rali recente.

As ações de tecnologia voltaram a subir em 2023 após a queda do ano passado, impulsionadas pelo entusiasmo em torno da inteligência artificial e pelas apostas de que o Federal Reserve (Fed) está se aproximando de uma pausa nos aumentos das taxas de juros.

As preocupações com a turbulência bancária e o impacto de uma possível recessão também conduziram os investidores ao setor, que é visto como mais imune ao ciclo econômico.

Apesar do desempenho negativo nesta quarta-feira (31), o Nasdaq 100 acumula ganhos da ordem de 8,4% este mês, a caminho para o melhor mês de maio desde 2005, segundo dados compilados pela Bloomberg. Já o S&P 500 sobe menos de 1%.

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