Bloomberg Línea — Mais um sucesso de audiência da HBO chega ao fim neste domingo (28), cinco anos, quatro temporadas e algumas premiações depois. Agora é a vez de Succession, um drama sobre os negócios milionários de um patriarca dominador e seus quatro filhos.
A série estrelada por Brian Cox, Jeremy Strong, Sarah Snook e Kieran Culkin ocupa o horário nobre da HBO, marcando presença às 21h de domingo no horário de Nova York (22h no Brasil). É um status anteriormente reservado a grandes produções como The Last of Us, Game of Thrones, o spin off House of The Dragons e o drama adolescente Euphoria.
Neste domingo também que será finalizada a série Barry, outro sucesso da emissora. Ambas as produções acabam após quatro temporadas no ar.
Se a família Roy, de Succession, ainda não sabe quem de fato vai assumir o comando dos negócios familiares em um futuro pós-Logan, a HBO parece estar com dúvidas semelhantes em um futuro sem grandes estrelas no horizonte.
A começar pelo fato de que, em um período de esperada recessão econômica, juros altos, queda na base de assinantes no streaming e mudanças dentro da companhia, parece fazer sentido questionar o modelo anterior da HBO de investir em séries com mais de sete temporadas de dez episódios cada.
Segundo estimativas, uma temporada de House of The Dragon ou The Last of Us, por exemplo, pode custar cerca de US$ 115 milhões.
O novo formato parece estar ligado ao propósito do CEO da companhia, David Zaslav, que vem cortando gastos desde que assumiu os negócios em abril de 2022.
Sob a liderança de Zaslav, a HBO cancelou projetos como Minx e Batgirl, que já estavam finalizados, vendeu a série Westworld para outra companhia para evitar os pagamentos milionários de direitos autorais e cancelou contratos com diretores como J.J Abrams, conhecido por seu trabalho na saga Star Wars.
A empresa também anunciou recentemente a alteração do nome de sua plataforma de streaming, HBO Max, para somente Max, após reunir os conteúdos da Warner Bros e da Discovery.
As mudanças parecem surtir resultado.
Nos números do primeiro trimestre deste ano, a HBO anunciou que deve atingir o lucro na divisão de streaming até o final de 2023, um ano antes do esperado. Segundo a empresa, o serviço agora tem 97,6 milhões de usuários em sua base. No período, foi reportada uma receita de US$ 2,46 bilhões, com perda de 1% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.
Soma-se essa equação ao fato de que ainda não se sabe o quão atrasados serão os lançamentos de novas temporadas de séries como House of The Dragon por causa da greve dos roteiristas em Hollywood e a dúvida cresce: o que vem aí para a HBO?
A empresa tem algumas apostas.
A primeira delas, e talvez também a mais polêmica, é uma série chamada The Idol, que conta com o diretor de Euphoria, Sam Levinson, o cantor The Weeknd e a atriz Lily Rose-Depp, filha do ator Johnny Depp e da modelo Vanessa Paradis.
A série, apresentada no Festival de Cannes, tem sido alvo de críticas negativas. Outra aposta é White House Plumbers, uma minissérie que vai abordar o escândalo Watergate.
Por outro lado, as gravações da segunda temporada de House of The Dragon já estão acontecendo e outros spin offs de Game of Thrones podem ser produzidos nos próximos anos. A Warner e a HBO também anunciaram recentemente um reboot de Harry Potter em formato de série.
E até mesmo Succession pode entrar na dança e ganhar produções baseadas na original. No começo deste ano, o criador da série, Jesse Armstrong, disse ao The New York Times que spin offs podem acontecer no futuro, ainda que esta seja a última temporada da série.
Domingo pode não ser, portanto, a última vez que Kendall Roy vai aparecer no streaming.
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