Pimco pode entrar em ação coletiva para reaver perdas com títulos do Credit

Gestora estuda entrar em petição com centenas de investidores em tentativa de recuperar parte de seus US$ 800 milhões vinculados aos chamados AT1, que ‘viraram pó'

O valor destes títulos foi reduzido a zero após a aquisição e a Pimco estava entre os maiores detentores dos títulos
Por Laura Benítez
26 de Maio, 2023 | 06:13 AM
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Bloomberg — A Pacific Investment Management, a Pimco (PHK) cogita se unir a centenas de investidores para contestar a decisão do órgão regulador suíço de liquidar a valor zero cerca de US$ 17 bilhões em títulos classificados como AT1 do Credit Suisse (CS) após a aquisição do banco pelo UBS (UBS).

A Pimco, que entrou com uma ação contra a Finma a fim de cumprir um prazo no início de maio para tais apresentações, ainda não tinha se juntado a nenhum dos grupos de detentores de títulos, de acordo com uma pessoa familiarizada com a situação.

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A gestora americana é uma das maiores e mais tradicionais do mundo, com US$ 1,8 trilhão em ativos sob administração, segundo informações do seu site.

A empresa, que administra um dos maiores fundos de títulos ativamente gerenciados do mundo, avalia a possibilidade de entrar com uma ação judicial para recuperar parte de seus US$ 800 milhões que estavam alocados nos títulos de Nível 1 Adicional (AT1) do Credit Suisse, de acordo com fontes ouvidas pela Bloomberg News.

O valor destes títulos foi reduzido a zero após a aquisição e a gestora de ativos sediada em Newport Beach, Califórnia, estava entre os maiores detentores dos títulos.

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A Pimco também detinha quase US$ 3 bilhões em títulos bancários sênior do Credit Suisse antes da aquisição, informou a Bloomberg anteriormente.

Os detentores de títulos argumentaram que a baixa contábil foi uma medida injusta e desproporcional que colocou os acionistas à sua frente. Os defensores da decisão da Finma apontam que o risco de uma baixa contábil foi estabelecido nos documentos dos títulos.

O Tribunal Administrativo Federal Suíço disse que recebeu cerca de 230 recursos, envolvendo aproximadamente 2.500 reclamantes, contra a redução de valor em 19 de março.

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O escritório de advocacia Pallas Partners, que entrou com uma ação em abril, está buscando a compensação total para seus clientes, que no início de maio incluíam 90 investidores institucionais e gerentes de ativos com US$ 1,35 bilhão em títulos AT1, bem como 700 clientes de varejo e de family office, representando cerca de US$ 300 milhões.

A Quinn Emanuel Urquhart & Sullivan entrou com o processo em abril e já tem mais de 1.000 clientes, incluindo investidores institucionais, que detinham cerca de US$ 6 bilhões em títulos. Além desses, pelo menos três outras reclamações foram registradas.

No início deste mês, o Credit Suisse retirou uma apelação sobre a baixa contábil de seus títulos AT1. O banco havia argumentado que a anulação da dívida júnior não deveria ter sido aplicada aos chamados prêmios de capital contingente concedidos a alguns banqueiros, porque eles não foram emitidos pelo próprio credor “mas concedidos por outras empresas do grupo a seus respectivos funcionários”.

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Criados após a crise financeira de 2008, os AT1s são o degrau mais baixo da dívida bancária. Eles geram retornos substanciais em tempos de bonança, mas são os que sofrem o primeiro golpe quando um banco enfrenta problemas.

Até mesmo os acionistas – geralmente a primeira peça de dominó a cair em tais situações – recuperaram algum valor após a aquisição coordenada pelas autoridades suíças, enquanto os detentores de títulos AT1 do Credit Suisse não levaram nada.

-- Com a colaboração de Allison McNeely.

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