Virada de rota da dona da Shopee

Também no Breakfast: Novas perspectivas para a meta de inflação no Brasil; Gestores migram para ações de empresas sólidas e Netflix começa a cobrar por senha compartilhada no país

Por

Bloomberg Línea — Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças. Bom dia e ótima leitura!

Há pouco mais de um ano, Forrest Li estava deitado na cama com covid, preocupado com o futuro de sua empresa, a Sea. Então, ele se apoiou em um travesseiro para redigir a última de uma série de anotações que mudariam o curso de seu negócio - e talvez da indústria de tecnologia.

A Sea, grupo dono da Shopee, uma força crescente do e-commerce no Brasil, tinha sido um fenômeno do mercado de ações no passado recente e chegou a alcançar uma capitalização de mercado de mais de US$ 200 bilhões, apesar das enormes perdas, mas o mundo havia mudado. Os investidores se voltaram contra as empresas de tecnologia que perdiam dinheiro.

Então a Sea teve que mudar com o mercado, escreveu Li. Com febre alta e tosse incômoda, ele disse à sua equipe de liderança que era hora de focar no lucro e sair da Índia. Essa anotação deu início a uma ampla revisão do Sea nos meses seguintes. A empresa demitiu aproximadamente mais de 7.500 funcionários, ou cerca de 10% de sua força de trabalho.

Ele congelou o pagamento. Li e sua equipe de liderança abriram mão de seus salários. Os voos da classe executiva foram proibidos. As diárias com refeições foram limitadas a US$ 30. Lanches desapareceram dos escritórios. Em alguns banheiros, o papel higiênico de duas folhas deu lugar a uma folha.

“Você pode ter um grande sonho e uma grande ambição, mas e se não conseguir sobreviver?”, questionou Li em seu escritório em Cingapura, em sua primeira entrevista em mais de dois anos.

Leia mais: Economia até no papel higiênico: a virada de rota da dona da Shopee

No Radar

Restando cerca de uma semana de caixa no Tesouro dos Estados Unidos, o Congresso continua sem um acordo para elevar o teto da dívida do país. Diante da possibilidade de um calote histórico, a tolerância dos mercados a esse impasse dá sinais de esmorecer. Hoje, os investidores esperam pelos detalhes da ata da reunião de maio do Federal Reserve (Fed).

Sem previsão. Após uma reunião de duas horas no Capitólio na terça-feira (23), o deputado republicano Garret Graves, porta-voz do presidente da Câmara Kevin McCarthy na negociação, disse que ambos os lados continuavam em um impasse e que não há data prevista para uma nova reunião. O feriado do Memorial Day adiciona mais tensão: os legisladores da Câmara planejam deixar Washington na quinta-feira e voltar à ação só na próxima semana.

💂‍♀️ Inflação persiste. No Reino Unido, a inflação continuou desafiando as projeções em abril e subiu +8,7%, indo além da estimativa de 36 economistas e do próprio Banco da Inglaterra (BoE), de +8,4% para o período. O núcleo do IPC também acelerou para +6,8%, e o mercado já prevê mais altas de juros, para uma máxima de 5,5%.

💸 Risco em evidência. A Standard & Poor’s reduziu o rating de crédito de longo prazo do SoftBank para o grau ‘junk’, de BB+ para BB. O risco de crédito cresceu devido à venda de ativos públicos, como o Alibaba Group, e à maior exposição a startups com avaliações mais voláteis. Os papéis do SoftBank perderam -2,36% em Tóquio.

Leia a nota completa na seção de Mercados

🟢 As bolsas ontem (23/05): Dow Jones Industrials (-0,69%), S&P 500 (-1,12%), Nasdaq Composite (-1,26%), Stoxx 600 (-0,60%), Ibovespa (-0,26%)

Nos EUA, a ausência de progresso aparente nas negociações para o teto da dívida pesou sobre o sentimento de investidores. No Brasil, o recuo foi menor graças ao avanço de ações da Petrobras e à expectativa de votação do projeto do arcabouço fiscal no Congresso.

Saiba mais sobre o vaivém dos Mercados e se inscreva no After Hours, a newsletter vespertina da Bloomberg Línea com o resumo do fechamento dos mercados

Agenda

Esta é a agenda prevista para hoje:

EUA: Discurso de Janet Yellen/Tesouro, Pedidos de Hipotecas e Índice de Compras MBA, Estoques de Petróleo Bruto

• Europa: Reino Unido (IPC/Abr, IPP/Abr, Índice CBI de Tendências Industriais/Mai); Alemanha (Índice Ifo de Clima de Negócios/Mai)

• Ásia: Japão (Investimento Estrangeiro)

• América Latina: Brasil (IGP-M); México (IPC-15/Mai); Argentina (Vendas no Varejo)

• Bancos centrais: Atas da Reunião do FOMC de 2 e 3 de maio (Fed), Discurso de Andrew Bailey (BoE), Reunião de Política Não Monetária (BCE), Relatório Mensal do Banco Central da Alemanha)

• Balanços: NVIDIA, Lenovo

🗓️ Os eventos de destaque na semana →

Destaques da Bloomberg Línea:

Chance de a meta de inflação ser mantida em 3% volta a ganhar força no mercado

O que acontece em caso de default dos EUA? Investidores já traçam cenários

Mulheres impulsionam a recuperação do mercado de trabalho dos EUA

E mais na versão e-mail do Breakfast:

• Também é importante: Risco de crédito corporativo sobe e acelera fuga para ações de empresas sólidas | Microsoft leva Bing para o ChatGPT e esquenta disputa com o Google | Bolsa de ações tokenizadas quer ser complemento à B3 e atrai empresas menores

• Opinião Bloomberg: O verdadeiro risco da IA para os mercados não é a mera substituição de humanos

• Para não ficar de fora: Netflix começa a cobrar para usuário compartilhar senhas no Brasil

⇒ Essa foi uma amostra do Breakfast, a newsletter matinal da Bloomberg Línea com as notícias de destaque no Brasil e no mundo.

Para receber a íntegra da newsletter na sua caixa de email, registre-se gratuitamente no nosso site.

Por hoje é só. Bom dia!

Obrigado por ler nossa newsletter matinal.

Equipe Breakfast: Michelly Teixeira (Editor/Newsletter Coordinator), Bianca Ribeiro (Content Producer), Filipe Serrano (Editor, Brazil), Mariana d’Ávila (Assistant Editor, Brazil)