A petroleira que fez IPO na Noruega e planeja perfurar 300 poços no Brasil

Empresa fundada por empresários estrangeiros faz parte de um grupo de petroleiras menores que buscam expandir a produção no país sob a sombra da Petrobras

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Bloomberg — A petroleira Seacrest, apoiada pelo grupo Mercuria Energy, pretende perfurar centenas de novos poços no Brasil, com o objetivo de aumentar em quase três vezes sua produção de petróleo.

A empresa, que recentemente comprou campos no Espírito Santo da Petrobras (PETR3; PETR4), pretende perfurar 300 poços nos próximos cinco anos, disse o seu presidente, Scott Aitken. A exploradora também quer recuperar 200 poços abandonados pela Petrobras, disse ele.

A Seacrest está entre as pequenas petrolíferas que buscam aproveitar um crescimento da exploração de petróleo no Brasil, país que deve ter o maior aumento de produção até 2026 depois dos membros da Opep e dos Estados Unidos.

Desde 2019, a Petrobras vendeu mais de 100 campos para cerca de uma dúzia de empresas menores, que se comprometem a entregar aumentos substanciais na produção de poços que não interessam mais à estatal.

Seacrest comprou poços de petróleo da Petrobras

A Seacrest, que abriu capital em Oslo, capital da Noruega, em fevereiro, no ano passado comprou o Polo Norte Capixaba da Petrobras, adjacente ao Polo Cricaré que adquirido em 2021.

A empresa tem sede nas Bermudas, mas o foco da operação é o Brasil. A companhia foi fundada por Atiken e os empresários Erik Tiller e Paul Murray. Tiller e Murray também foram os fundadores da petroleira norueguesa Okea.

“Já existem mais de mil poços perfurados nesses campos, portanto, uma quantidade enorme de conhecimento”, disse Aitken em entrevista. “É um programa de perfuração de risco muito baixo”, disse ele, citando o “histórico e a natureza rasa dos poços.”

A Seacrest, da qual a Mercuria possui quase 30%, planeja aumentar a produção para 21.000 barris por dia em 2025, ante 7.650 barris por dia que bombeou em abril.

Atualmente, a empresa possui cerca de 300 poços em produção e um programa para recuperar poços negligenciados.

“Nosso plano de desenvolvimento é restaurar poços para produção onde a Petrobras não se concentrou em reparo ou manutenção”, disse Aitken. “Temos 200 poços que estamos trazendo de volta à produção.”

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