Bloomberg — O UBS (UBS) recomenda que os investidores se protejam contra a desvalorização cambial em mercados emergentes como o Brasil diante do impasse sobre o teto da dívida dos Estados Unidos, mesmo que seja alcançado um acordo a tempo de evitar um default técnico.
Mas, caso a divergência fiscal entre democratas e republicanos em Washington se prolongue, as moedas de países em desenvolvimento devem cair até 10%, depois de um início de ano forte, alertaram estrategistas do banco suíço.
Com custos altos de carry trade - a estratégia de tomar dinheiro em mercados com juros baixos e investir em outros com taxas mais altas - e novas preocupações com o comércio global, a recompensa de risco das moedas está “longe de ser atraente”, disseram os estrategistas do banco, incluindo Manik Narain e Rohit Arora.
As divisas de mercados emergentes rastreadas por um indicador da MSCI registram o melhor desempenho desde 2017 no acumulado do ano e subiram cerca de 7% em relação às mínimas de outubro passado. A volatilidade no mercado de opções de câmbio está perto de uma mínima de 15 meses e as operações de carry trade caminham para um terceiro mês consecutivo de ganhos.
Mas essa fase está prestes a terminar, disse o UBS.
“Nossos modelos de curto prazo mostraram que as moedas dos mercados emergentes estão extraordinariamente caras em relação a outras classes de ativos,” escreveram os estrategistas.
Por outro lado, o UBS disse que a renda variável em nações emergentes pode superar mercados desenvolvidos se a aposta pessimista do banco sobre ações americanas se concretizar, escreveram os estrategistas.
Trade preferido dos estrategistas
A classe de ativos preferida do UBS nos países em desenvolvimento são títulos em moeda local, com estratégias que incluam proteção cambial, devido a juros reais mais altos.
Se o teto da dívida americana for elevado a tempo, o UBS espera que as moedas “desfrutem apenas de uma recuperação modesta e de curta duração”.
O real, a rupia indiana, o peso colombiano e o zloty polonês terão desempenho superior. No entanto, o mercado logo voltará sua atenção para a fraqueza do comércio global e para os prêmios de risco limitados das moedas.
O UBS recomenda usar o rali para construir posições compradas em dólar, especialmente contra yuan, peso chileno, peso mexicano e rand sul-africano.
No caso de um pequeno atraso em elevar o teto da dívida dos EUA, a volatilidade aumentará e moedas populares pelo carry trade na América Latina e Leste Europeu terão desempenho inferior.
Se o impasse durar um mês, essa fase pode ser “marcada por um rápido início da recessão nos EUA e pela falta de estímulo fiscal oportuno”, disseram os estrategistas. As moedas dos mercados emergentes podem cair até 10%, enquanto ações podem cair até 25%. Mesmo os títulos com grau de investimento terão desempenho inferior.
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