Bloomberg — Economistas do Goldman Sachs (GS) estimam que, por volta de 8 ou 9 de junho, os níveis de caixa do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos vão cair abaixo dos US$ 30 bilhões sinalizados como o mínimo necessário para cumprir as obrigações federais prestes a vencer.
“A estimativa está sujeita a uma incerteza substancial, então certamente há uma chance de que as receitas desacelerem mais do que o esperado e deixem o Tesouro sem dinheiro em 1º ou 2 de junho”, escreveram Alec Phillips e Tim Krupa, economistas do Goldman, em nota de 19 de maio para clientes.
O Tesouro tem reduzido constantemente seu saldo de caixa para atender aos pagamentos federais, sem poder aumentar o teto de endividamento — limitado pelo limite de US$ 31,4 trilhões.
Em entrevista à NBC, a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, reiterou no domingo seu alerta de que é possível que o departamento esgote suas medidas especiais para se manter abaixo do teto já em 1º de junho.
Na quinta-feira, o saldo de caixa do Tesouro americano somava pouco mais de US$ 57 bilhões. No dia anterior, também dispunha de cerca de US$ 92 bilhões em medidas especiais.
“Estamos confiantes de que o Congresso evitará ultrapassar o prazo sem ação, mas isso pode tomar muitos caminhos”, escreveu a dupla do Goldman. Na sexta-feira, eles haviam atribuído 30% de chances de um acordo entre os dois lados em Washington nesta semana, com 30% de probabilidade de um pacto “pouco antes” do prazo.
Desde que a nota foi publicada, o presidente dos EUA, Joe Biden, e o porta-voz Kevin McCarthy agendaram uma reunião nesta segunda-feira (22), com a expectativa de que a equipe retomasse as negociações no domingo à noite.
Embora os mercados financeiros tenham mostrado poucos sinais de grande preocupação com a aproximação da data em que o Tesouro ficará sem caixa suficiente, uma maior volatilidade ainda pode estar por vir, escreveram Phillips e Krupa.
“Embora esperemos que um acordo ocorra antes do prazo, também vemos mais algumas reviravoltas ao longo do caminho e suspeitamos que os mercados provavelmente precificarão riscos adicionais antes que o limite da dívida seja finalmente elevado”, destacaram.
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