Cinco coisas que você precisa saber para começar esta segunda-feira

Investidores ficam de olho em arcabouço fiscal e teto da dívida nos Estados Unidos; Relatório Focus do Banco Central vê melhora na inflação para 2023

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Bloomberg Línea — Os investidores monitoram nesta segunda-feira (22) sinais sobre a votação do arcabouço fiscal, que deve acontecer entre terça-feira (23) e quarta-feira (24). Se aprovado pelos deputados, o texto segue para o Senado.

Nos Estados Unidos, o destaque continua para o teto da dívida. Hoje, o presidente Joe Biden e o presidente da Câmara, Kevin McCarthy, devem se encontrar para negociar um aumento do limite para a dívida do país para evitar um default. No domingo, a secretária do Tesouro, Janet Yellen, disse que as chances de os Estados Unidos pagarem todas as suas contas até meados de junho são “bastante baixas”.

Para o Goldman Sachs (GS), o Departamento do Tesouro deve ver seus níveis de caixa caírem abaixo dos US$ 30 bilhões sinalizados como o mínimo necessário para cumprir as obrigações federais vencidas entre 8 ou 9 de junho.

No cenário corporativo, hoje é divulgado o resultado da Oi (OIBR3; OIBR4), que está em recuperação judicial.

Na noite da sexta-feira passada, a companhia afirmou que planeja buscar financiamento emergencial de pelo menos R$ 4 bilhões. A empresa tem dívidas declaradas de R$ 43,7 bilhões, segundo o pedido protocolado há dois meses e meio.

Ainda no Brasil, o relatório Focus, do Banco Central (BC), foi divulgado mais cedo nesta segunda e mostrou queda nas projeções para a inflação.

Confira a seguir cinco destaques desta segunda-feira (22):

1. Teto da dívida nos EUA

O presidente Joe Biden e o presidente republicano da Câmara, Kevin McCarthy, devem se encontrar na segunda-feira para conversar sobre como evitar um calote catastrófico dos EUA, já que o tempo se esgota e as principais diferenças permanecem.

As negociações oscilaram entre o progresso e o impasse por dias, enquanto os dois lados lutam simultaneamente por vantagens políticas e um acordo.

Os traders estão se preparando para a turbulência nos mercados com o pagamento da dívida do Tesouro dos EUA, há muito considerada a referência global para segurança financeira, em questão já em 1º de junho. As ações dos EUA caíram na sexta-feira depois que os republicanos abandonaram temporariamente as negociações.

O atual impasse sobre o teto da dívida tem o potencial de colocar mais pressão sobre a economia dos EUA, que já está vulnerável a uma recessão após uma série de aumentos nas taxas de juros pelo Federal Reserve, segundo a Bloomberg Economics.

2. Relatório Focus

O relatório Focus, do Banco Central, mostrou nesta segunda uma queda nas expectativas para a inflação de 2023.

Os economistas consultados pela autoridade monetária veem agora um Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 5,80% em 2023, ante 6,03% no levantamento anterior. Para 2024, a estimativa também foi reduzida pela terceira semana, desta vez para alta de 4,13%, ante 4,15% anteriormente.

As projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) também tiveram leve alta, saindo de 1,02% para 1,20%.

3. Mercados

As ações começaram a semana com uma nota hesitante, enquanto Biden e o republicano McCarthy se preparavam para se encontrar nesta segunda em uma tentativa de resolver os obstáculos nas negociações do teto da dívida.

Os futuros do S&P 500 e do Nasdaq 100 pairaram logo abaixo do plano. Na Europa, os mercados gregos foram um ponto positivo depois que a eleição nacional de domingo resultou na vitória do primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis, sinalizando que as políticas favoráveis ao investimento continuarão.

4. Manchetes

Estadão: Lula sinaliza contrariar Marina sobre exploração de petróleo na foz do Amazonas: ‘Difícil não poder’

Folha de S. Paulo: Lula mantém Codevasf como loja de políticos e beneficia de religiosos a garimpeiros

O Globo: Saiba como o governo Lula quer estimular concessões de rodovias e garantir pedágio baixo

Valor Econômico: Contenciosos de taxação a consumo e renda somam R$ 322 bi só este ano

5. Agenda

Em dia esvaziado, às 9h30, no horário de Brasília, acontece o discurso de Bullard, do Fomc, nos Estados Unidos. Às 11h50, é a vez de Bostic, também do Fomc, discursar. Mary Daly, do Fomc, discursa às 12h05.

Na zona do euro, Lane, do Banco Central Europeu, faz pronunciamento às 11h15.

-- Com informações da Bloomberg News.

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