Bloomberg — A Argentina colocou em circulação sua cédula de maior valor na segunda-feira (22) no momento em que a inflação de mais de 100% ao ano obriga a população a carregar pilhas cada vez maiores de dinheiro para pagar as compras diárias.
No entanto, a nova nota de 2.000 pesos colocada em circulação pelo banco central do país é avaliada em apenas cerca de US$ 4 (aproximadamente R$ 20), de acordo com as taxas de câmbio paralelas comumente usadas.
Na taxa oficial, supervalorizada pelos controles cambiais e restrições impostas pelo governo, a cédula vale cerca de US$ 8,50 (R$ 42,22).
Embora a nova denominação seja uma melhoria em relação à nota de 1.000 pesos, até então a mais valiosa disponível, ainda desapontou economistas e cidadãos que clamavam por notas de até 10.000 pesos.
A rápida depreciação da moeda causou pesadelos logísticos para clientes, empresas e bancos, que tiveram que abrir novos cofres para acomodar mais notas para caixas eletrônicos.
Em 12 meses, os preços ao consumidor acumulam alta de 109% até abril, que é o nível de inflação mais alto desde 1991, quando a Argentina estava saindo da hiperinflação.
Os aumentos galopantes de preços, juntamente com uma seca recorde, devem levar a economia à recessão antes das eleições presidenciais deste ano.
Economistas consultados pelo Banco Central do país veem inflação anual próxima a 150% nos próximos 12 meses.
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